ANAIS 2014
INFLUÊNCIA DA CARGA PARASITÁRIA DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR LEISHMANIA SPP. NA INFECTIVIDADE AO VETOR
Autor(es): Dandara Camila Morais Pereira, Pier Kenji Rauschkolb Katsuda Ito, Lílian Aparecida Colebrusco Rodas, Carolina Aparecida Carlin Beloti, Saulo Vinícius Avanço, Rafael Silva Cipriano, Valéria Marçal Felix de Lima, Orin Courtenay, Caris Maroni Nunes

INFLUÊNCIA DA CARGA PARASITÁRIA DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR LEISHMANIA SPP. NA INFECTIVIDADE AO VETOR
» Área de pesquisa: DOENÇAS VETORIAIS
» Instituição: Faculdade de Medicina Veterinária - Unesp - Campus Araçatuba
» Agência de fomento e patrocinadores: CAPES, FAPESP (processo 2011/019087-3).
A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose transmitida por flebotomíneos cujo reservatório urbano é o cão. A eliminação do cão soropositivo como medida de controle é controversa pela dificuldade em se caracterizar seu poder infectante. Estudos prévios mostram que a carga parasitária pode variar com a evolução da doença e entre os diferentes tecidos do cão e pouco se conhece sobre o papel dos cães com diferentes cargas parasitárias na infectividade ao vetor. Assim, objetivou-se avaliar a influência da carga parasitária de cães naturalmente infectados por Leishmania spp. na infectividade ao vetor. Amostras de ponta da orelha de 28 cães submetidos ao xenodiagnóstico, com sorologia positiva para LV ao teste rápido DPP (Biomanguinhos®) e confirmada por ELISA (Biomanguinhos®) foram colhidas, após a eutanásia compulsória, seguindo-se protocolo estabelecido pelo CCZ de Araçatuba e legislação vigente, com consentimento dos proprietários. As amostras de flebotomíneos foram avaliadas por PCR convencional e a carga parasitária da pele foi avaliada por PCR em tempo real (qPCR) e expressa em número de parasitas por mL (CV=2,38). As amostras foram classificadas em 3 níveis, segundo os quartis, e avaliadas adotando-se modelo de regressão logística. O teste de regressão logística mostrou que quanto maior o nível de carga parasitária da pele dos cães, maior a probabilidade dos flebotomíneos serem infectados (niv1 = 0,16 ± 0,032, niv2 = 0,33 ± 0,033 e niv3 = 0,30 ± 0,034). Considerando que a distribuição da carga parasitária varia de acordo com a evolução da doença, bem como o tecido avaliado, os resultados confirmam que a variação da carga parasitária de cães infectados influencia na infectividade ao vetor, podendo-se sugerir que, idealmente, a indicação da eutanásia poderia ser baseada na carga parasitária da pele dos cães soropositivos.