ANAIS 2014
PRIMEIRA IDENTIFICAÇÃO DE LEISHMANIA (LEISHMANIA) INFANTUM CHAGASI EM SECREÇÃO MAMÁRIA CANINA
Autor(es): Isabel Parizotto Metzdorf, Franciely da Silva Varoni de Moura, Polliana Alves Franco, Élida Lopes Correia , Manoel Sebastião da Costa Lima Junior, Maria De Fatima Cepa Matos, Fernando de Almeida Borges

PRIMEIRA IDENTIFICAçãO DE LEISHMANIA (LEISHMANIA) INFANTUM CHAGASI EM SECREçãO MAMáRIA CANINA
» Área de pesquisa: PROTOZOOLOGIA
» Instituição: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
» Agência de fomento e patrocinadores:
Os estudos da leishmaniose canina evidenciam uma ampla distribuição do parasito no animal como órgãos linfóides, pele, fígado, medula óssea, sangue periférico, testículo entre outras regiões, no entanto, não há até o momento relatos da identificação do parasito na secreção mamária e a possibilidade de transmissão transmamária. O presente trabalho realizou uma avaliação clínica de uma cadela com leishmaniose visceral, diagnosticada pelo método parasitológico (esfregaço de linfonodo, medula óssea e secreção mamária), sorológico (RIFI e ELISA), imunohistoquímica (biópsia da glândula mamária) e a identificação molecular da espécie de Leishmania. Uma fêmea prenhe de 5 anos de idade, da raça Teckel foi atendida no ambulatório da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFMS e apresentou, durante a gestação, histórico de hiporexia, fezes escuras e pastosas, dificuldade de locomoção, claudicação de membros posteriores e foi tratada na ocasião para ehrlichiose. Decorridos 40 dias pós-parto e 20 dias após o desmame dos filhotes, o proprietário retornou com o animal com quadro de emagrecimento progressivo, apatia, mucosas hipocoradas, linfadenomegalia, foliculite e aumento de volume das glândulas mamárias, que quando comprimidas expeliam secreção de aspecto seroso e coloração esbranquiçada. Os exames sorológicos e parasitológicos foram positivos e na secreção mamária foram encontradas formas amastigotas do parasito no esfregaço corado e na imunohistoquímica. A espécie encontrada na secreção mamária foi identificada como Leishmania infantum chagasi por meio de PCR-RFLP da região ITS-1. A presença de L. (L.) chagasi na secreção mamária levanta a necessidade de novos estudos com mais casos para avaliar a possibilidade da transmissão transmamária do agente etiológico da LVC e sua relevância na epidemiologia da doença.