ANAIS 2014
AVALIAÇÃO SOROEPIDEMIOLÓGICA DE ANIMAIS SENTINELAS PARA A FEBRE MACULOSA BRASILEIRA NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ/SP.
Autor(es): Claudia Araujo Scinachi , Gabriela Akemi Cardoso Gagliardi Takeda, Adriano Pinter

AVALIAçãO SOROEPIDEMIOLóGICA DE ANIMAIS SENTINELAS PARA A FEBRE MACULOSA BRASILEIRA NO MUNICíPIO DE SANTO ANDRé/SP.
» Área de pesquisa: DOENÇAS VETORIAIS
» Instituição: Faculdade de Saúde Pública
» Agência de fomento e patrocinadores: FAPESP PROCESSO 2012/25172-6
A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é uma importante zoonose que na Região Metropolitana de São Paulo/SP apresenta uma letalidade de 60% em seres humanos. A ocorrência da doença tem sido associada a áreas de comunidades adjacentes a fragmentos de Mata Atlântica, sendo que os casos ocorrem em áreas mais degradadas enquanto áreas preservadas não têm casos descritos. O vetor, o carrapato Amblyomma aureolatum é um parasita comum de cães nestas áreas, animais considerados sentinelas para a circulação da doença. Este estudo comparou a soroprevalência de cães em duas áreas de ocorrência de A. aureolatum em cães no Município de Santo André/SP. A área1 é chamada Recreio da Borda do Campo, possui características de paisagem com maior alteração antrópica, áreas de maior fragmentação florestal e com ocorrência de casos de FMB e a área 2 esta localizada em Paranapiacaba, possui características de paisagem com alta preservação florestal, áreas com menor fragmentação e não apresenta casos de FMB. Amostras de soro de 30 cães foram colhidas por área e testadas para detecção do título de anticorpos anti-Rickettsia por meio do teste de imunofluorescência indireta, com antígeno para Rickettsia parkeri, que permite fazer o diagnóstico indireto da circulação de riquétsias do grupo da febre maculosa. Dentre os animais testados a soropositividade na área 1 foi de 46,6% (14/30) com títulos variando de 64 a 1024 e na área 2 foi de 3,3% (1/30) com título de 256. Os resultados sugerem que a circulação de riquétsias do grupo da Febre Maculosa tem relação com a fragmentação florestal, de forma que, os cães presentes nas bordas dos fragmentos de mata em áreas mais alteradas, tornem-se mais suscetíveis ao parasitismo de carrapatos substituindo os carnívoros silvestres hospedeiros naturais.