A co-infecção de cães por dois ou mais parasitas tem se mostrado relativamente comum, fato este que dificulta o diagnóstico e instauração do tratamento, tendo em vista a natureza inespecífica dos sinais clínicos apresentados pelos animais acometidos. O presente estudo objetivou investigar a presença de anticorpos IgG anti-Babesia vogeli, Leishmania infantum chagasi, Ehrlichia canis, Toxoplasma gondii e Neospora caninum, por meio da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), em amostras de soro de 50 cães atendidos em clínicas veterinárias nos estados de São Paulo e Minas Gerais, a fim de comparar os resultados obtidos na sorologia com a suspeita clínica inicial dos veterinários. A soropositividade para B. vogeli, L. chagasi, E. canis, T. gondii e N. caninum foi verificada em 46% (23/50), 12% (6/50), 48% (24/50), 24% (12/50) e 20% (10/50) dos animais amostrados, respectivamente. A co-soropositividade para dois ou mais agentes foi observada em 46% (23/50) das amostras. Quando confrontados os resultados dos testes sorológicos e a suspeita clínica inicial dos médicos veterinários, observou-se uma concordância em 48% (24/50) das amostras avaliadas. Uma vez que infecções parasitárias em cães, sejam elas simples ou mistas, podem apresentar sinais clínicos inespecíficos, o presente estudo ressalta a necessidade da associação de técnicas sorológicas e moleculares para o diagnóstico etiológico do agente envolvido, a fim de instaurar o correto tratamento dos animais acometidos.
|