ANAIS 2014
MOSCAS ECTOPARASITAS (DIPTERA, STREBLIDAE) DE MORCEGOS (MAMMALIA, CHIROPTERA) DO ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL.
Autor(es): Érica Munhoz de Mello, Pedro Fonseca de Vasconcelos, Élida Mara Leite Rabelo, Maria do Carmo de Araújo Ramos

MOSCAS ECTOPARASITAS (DIPTERA, STREBLIDAE) DE MORCEGOS (MAMMALIA, CHIROPTERA) DO ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL.
» Área de pesquisa: ENTOMOLOGIA
» Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais
» Agência de fomento e patrocinadores:
Moscas hematófagas (Diptera: Hippoboscoidea) da família Streblidae são ectoparasitas encontradas exclusivamente em morcegos. A família apresenta distribuição cosmopolita, tendo uma maior diversidade nos trópicos. Pelo menos 227 espécies de estreblídeos já foram descritas, sendo que no ocidente é encontrada a maior riqueza de espécies, com a maior diversidade em morcegos da família Phyllostomidae. No Brasil, são conhecidas pelo menos 68 espécies de moscas Streblidae. O objetivo deste trabalho é relatar as espécies de moscas ectoparasitas encontradas em morcegos recebidos pelo CCZ da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). No período de Janeiro de 2013 a Março de 2014 foram recebidos ou coletados pela instituição 254 morcegos, provenientes de Belo Horizonte, suspeitos de estarem infectados pelo vírus da raiva. Do total de animais, 38 indivíduos (14,96%) de 4 espécies (todas Phyllostomidae) apresentaram estreblídeos. Os ectoparasitos foram coletados com o auxílio de pinças, acondicionados em etanol 70% e identificados com as chaves taxômicas específicas da família. Foram recuperados 57 moscas Streblidae, pertencentes a 7 espécies oriundas de 3 gêneros, na pelagem e/ou membranas das asas dos morcegos. Foram encontrados: Megistopoda aranea e Paratrichobius longicrus em Artibeus sp., P. longicrus e Trichobius sp. (complexo phyllostomae) em A. lituratus, Trichobius costalimai e T. parasiticus em Phyllostomus discolor, T. joblingi, P. longicrus e T. cf. angulatus em Platyrrhinus lineatus. Todas essas espécies já foram previamente descritas no Brasil. A mosca P.longicrus foi a espécie mais frequente, representando 68,42% dos indivíduos coletados. A espécie de morcego mais parasitada foi A. lituratus (55,26%). A maioria dos morcegos entregues no CCZ, chegaram mortos, fator que pode ter influenciado a pequena porcentagem do ectoparasitismo, devido à dispersão das moscas com a baixa temperatura corporal e a menor liberação de CO2.. Além disso, a manipulação do quiróptero em campo pelos agentes de saúde pode ter contribuído para a dispersão das moscas.