ANAIS 2014
INFESTAÇÃO POR EULAEMOBOTHRIUM SP. E PRESENÇA DE IBIDOECUS SP. EM PHYMOSUS INFUSCATUS NO BRASIL
Autor(es): Silvia Gonzalez Monteiro, Mariangela Facco de Sá, Marília B.Ribeiro, Laurete Murer, Maristela Lovato

INFESTAçãO POR EULAEMOBOTHRIUM SP. E PRESENçA DE IBIDOECUS SP. EM PHYMOSUS INFUSCATUS NO BRASIL
» Área de pesquisa: ENTOMOLOGIA
» Instituição: Universidade Federal de Santa Maria
» Agência de fomento e patrocinadores:
Este é o primeiro relato de infestação natural por piolhos do gênero Eulaemobothrium em Tapicuru-de-cara-pelada (Phymosus infuscatus) no Brasil. O P. infuscatus, ave conhecida como maçarico de cara pelada ou tapicuru-de-cara-pelada é uma ave ciconiiforme da família Threskiornithidae. De ocorrência na América do Sul, vive em brejos, margens de rios, banhados e campos recentemente arados. Seu estado de conservação é considerado de Baixa Preocupação (LC) pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) e pela Fundação Zoo Botânica do Rio Grande do Sul (FZB-RS). O gênero Eulaemobothrium diz respeito a um piolho mastigador que acomete aves aquáticas das ordens Ciconiiformes e Gruiformes.
O piolho do gênero Ibidoecus foi descrito pela primeira vez no Brasil por Valim et. al. em 2009 parasitando P. infuscatus sendo de ocorrência restrita à família Threskionidae.
Em setembro de 2013, foi encaminhada para o Laboratório Central de Diagnóstico de Patologias Aviárias da UFSM(LCDPA), uma ave encontrada morta no bairro Camobi em Santa Maria. Tratava-se de uma fêmea da espécie P. infuscatus. A mesma pesava 434 gramas e apresentava bom estado nutricional. No exame externo foi detectada a presença de um coágulo de sangue obstruindo o pavilhão auricular direito e presença de muitos piolhos. Os piolhos foram coletados com o auxílio de uma pinça e colocados em Álcool 70%, após, foram encaminhados ao Laboratório de Parasitologia Veterinária da UFSM (LAPAVET) onde foram montados em lâmina, fotografados e identificados como pertencentes aos gêneros Ibidoecus sp. (Ischnocera: Philopteridae) e Eulaemobothrium sp.(Amblycera: Laemobothriidae). Provavelmente a ave não foi afetada com o parasitismo, pois estes piolhos se alimentam da descamação epitelial e plumas e as infestações ligeiras não determinariam patologias. O diagnóstico final da causa da morte foi degeneração hepática, provável Aflatoxicose. Mais estudos com esta espécie de ave deverão ser realizados visando a identificação da fauna parasitária e seus impactos no organismo da ave.