O Pantanal Sul Mato-grossense é uma das maiores planícies inundáveis do planeta e é considerada um “hotspot” para conservação pela Unesco. Neste contexto, o conhecimento dos parasitas e suas relações com os hospedeiros é fundamental para a conservação deste ambiente. Entretanto pouco se conhece sobre a parasitofauna dos pequenos mamíferos na região do Rio Negro (19o30'S,. 56 o12,5'W). Deste modo, o objetivo deste trabalho foi relatar os gêneros de piolhos encontrados em pequenos mamíferos do Pantanal do Rio Negro, MS. Os animais foram capturados entre os anos de 2002 e 2003 com armadilhas tipo Sherman e Tomahawk, como isca foi utilizada mistura de pasta de amendoim misturada, bacon e banana. Foram identificados seis gêneros roedores (Thrichomys spp.; Oecomys spp.; Clyomys spp.; Holochilus spp.; Dasyprocta spp.; Oryzomys spp.) e três de marsupiais (Monodelphis spp.; Gracilinanus spp.; Thylamys spp.). Os gêneros Dasyprocta, Oryzomys, Gracilinanus e Thylamys não estavam parasitados por piolhos. A prevalência de pequenos mamíferos parasitados com piolhos foi de 52,17%. Foram encontrados mais piolhos em hospedeiros machos (65%) que em fêmeas (35%). O gênero de roedor mais parasitado foi o Thrichomys com incidência média de 11,11 piolhos por hospedeiro e prevalência de 82,5% de animais parasitados, seguido pelos Clyomys (38,9%); Oecomys (32,5%); Holochilus (20%). Os piolhos foram identificados até nível de gênero, sendo encontrados Gyropus, Polyplax, Gliricola e Cummingsia sendo este último encontrado exclusivamente nos marsupiais Monodelphis spp. O gênero de piolho mais frequente foi Gyropus, 74,88% dos espécimes coletados seguido de Polyplax (18,90%) e Gliricola (3,83%). A intensidade média de piolhos foi de 8,0 espécimes por animal. Gyropus foi o gênero mais frequente em Thrichomys; Polyplax foi o mais frequente em Oecomys e Gliricola em Clyomys. Apesar das espécies de piolhos terem sido encontradas em pelo menos três espécies de roedores, este resultado demonstra certa especificidade parasitária. |