Nos últimos anos, MS, MT, SP e MG têm apresentado surtos de Stomoxys calcitrans conhecida como mosca-dos-estábulos em fazendas de pecuária, próximas a usinas de cana-de-açúcar. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o papel de atividades integradas para o controle de S. calcitrans em MS. Um questionário pré-estabelecido, abordando questões sobre a importância da mosca foi aplicado a produtores que participaram de ações de “dia de campo” realizado pela Embrapa - Gado de Corte nos municípios de Ivinhema e Caarapó, ambos os municípios localizados no cone sul do estado com aptidão agropecuária (soja, milho, cana-de-açúcar e pecuária). Os dados obtidos foram analisados e contrastados com o histórico do parasitismo e ações adotadas nas regiões. Voluntariamente, 12 e 14 questionários foram respondidos em Ivinhema e Caarapó, respectivamente. Embora 72,1% dos participantes tenham relatado problemas com mosca-dos-estábulos em suas propriedades, apenas um produtor de Ivinhema relatou fazer a limpeza do curral. Em Caaparó, 100% dos produtores não se sentem responsáveis pela presença da mosca na região. Por outro lado, em Ivinhema 62,5% responderam que se sentem responsáveis, e 36,4% parcialmente responsáveis. O fator mais incriminado foi à usina/vinhaça: 66,7% em Ivinhema e 38,5% em Caarapó, entretanto muitos produtores preferiram não responder a este questionamento. Observa-se que em Ivinhema ações de extensão relacionadas à ocorrência de S. calcitrans vem sendo realizadas desde 2010 integrando as usinas sucroalcooleiras e os produtores de gado. Em, Caarapó não há ações deste tipo o que, provavelmente, leva o pecuarista a enxergar a usina como único responsável, apesar do ciclo deste parasito também ocorrer integralmente no estabelecimento pecuário, mesmo sem a participação das usinas. Conclui-se que ações de transferência de tecnologia e divulgação envolvendo todos os setores são importantes para conscientização das responsabilidades e a adoção de medidas profiláticas mais eficientes. |