CARRAPATOS DE AVES SILVESTRES DE FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA DE MINAS GERAIS
Autor(es): Viviane Zeringóta, Erik Daemon, João Luiz Horacio Faccini, Ralph Maturano, Tatiane de Oliveira Souza Senra, Caio Márcio de Oliveira Monteiro, Rafael Moreira Nascimento, Bianca Carvalho da Silva, Fernanda Calmon |
A Mata Atlântica abriga mais de 600 espécies de aves, das quais cerca de 160 são endêmicas. Em ambiente natural as aves podem apresentar carrapatos, que são importantes veiculadores de agentes patogênicos. A fim de melhor conhecer a ixodofauna associada a aves silvestres na Mata Atlântica da Zona da Mata de Minas Gerais, foram realizadas coletas em diferentes áreas desse bioma. Estas coletas aconteceram entre março e dezembro de 2012 através de redes de neblina (0,035mm) mantidas abertas de 6h às 17h. As aves capturadas foram identificadas e realizadas inspeções visuais para coleta dos parasitos. Os carrapatos foram acondicionados em seringas plásticas vedadas com algodão hidrófilo. No Laboratório de Artrópodes Parasitos (LAP) da Universidade Federal de Juiz de Fora, os carrapatos ingurgitados foram mantidos vivos em câmara climatizada (27±1°C e UR>80±10) para mudança de estágio a fim de permitir posterior identificação em microscópio estereoscópico; os espécimes não ingurgitados foram acondicionados em frascos contendo álcool isopropílico. Dentre as 402 aves coletadas, 27 estavam parasitadas, sendo encontrados carrapatos em aves das famílias: Cardinalidae, Columbidae, Cracidae, Cuculidae, Dendrocolaptidae, Thamnophilidae, Thraupidae, Turdidae, Tyrannidae. Foram encontradas larvas de Amblyomma sp. (n=51), ninfas de Amblyomma sp. (n=2), larvas de Amblyomma nodosum (n=82), ninfas de Amblyomma nodosum/calcaratum (n=2), ninfas de Amblyomma longirostre (n=8), ninfa de Amblyomma cajannense (n=1), larvas de Haemaphysalis juxtakochi (n=4) e ninfas de Haemaphysalis juxtakochi (n=2). Das 27 aves parasitadas, 22 apresentaram apenas um carrapato. A ave mais parasitada foi um espécime de Tachyphonus coronatus, com 116 carrapatos, sendo as larvas identificadas como Amblyomma sp. e A. nodosum e uma ninfa como A. longirostre. Estudos com carrapatos de aves e a possível veiculação de agentes parasitários tem mostrado sua importância, pois há relatos de alguns destes ectoparasitos na veiculação de agentes potencialmente patogênicos para humanos e animais de domésticos. |