Gastrópodes do gênero Lymnaea são responsáveis pela transmissão de Fasciola hepatica, um dos importantes trematódeos que parasitam os ruminantes domésticos, animais silvestres e eventualmente o homem, causando a fasciolose. Estudos têm sido realizados com o objetivo de elucidar o ciclo de vida deste parasito, além de avaliar o comportamento do molusco hospedeiro quando infectado. Dessa forma, objetivou-se avaliar as alterações causadas na biologia reprodutiva da espécie L. columella frente á infecção por F. hepatica por um período de quatro semanas, no Laboratório de Parasitologia do Hospital Veterinário do Centro de Ciências Agrárias da UFES. Foram formados cinco grupos com 27 moluscos cada, sendo um grupo controle e quatro de moluscos infectados experimentalmente. Para avaliação da atividade reprodutiva, parâmetros como número de ovos postados, ovos eclodidos, massas ovígeras e viabilidade dos ovos foram analisados. Placas de isopor foram colocadas no interior dos aquários contendo moluscos para coleta das posturas, sendo estas semanalmente retiradas. A infecção aumentou em média o número de ovos postados no grupo dos infectados (997±139,44) em relação ao controle (76,66±13,28), sendo observados os maiores valores na quarta semana de infecção, onde ocorreu aumento significativo da taxa ovipositória dos moluscos. A mesma variação foi observada em relação ao número de ovos eclodidos (735,33±134,4) e ao número de massas ovígeras (52,33±6,88), diferindo em relação á média do controle (65±7,63) e (6±1,0) respectivamente. Com exceção da viabilidade dos ovos, onde a taxa percentual em média do grupo controle foi 98% em relação aos infectados 84, 69,5, 77, 78%. Estes resultados indicam que a infecção experimental no molusco pelo parasito resultou em alterações no seu padrão reprodutivo caracterizando um processo reprodutivo compensatório, sendo provavelmente uma estratégia ecológica deste hospedeiro frente á essa condição de estresse fisiológico. |