ANAIS 2014
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL VETORIAL DE UMA POPULAÇÃO DE AMBLYOMMA AUREOLATUM NATURALMENTE INFECTADA POR RANGELIA VITALII
Autor(es): João Fabio Soares, Francisco B. Costa, Natalia Q. B. Silva, Aline Girotto-Soares, Samanta Miyashiro, Maria Helena S. Pelissari, Mitika K. Hagiwara, Marcelo B. Labruna

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL VETORIAL DE UMA POPULAÇÃO DE AMBLYOMMA AUREOLATUM NATURALMENTE INFECTADA POR RANGELIA VITALII
» Área de pesquisa: DOENÇAS VETORIAIS
» Instituição: FMVZ-USP/ UFRGS
» Agência de fomento e patrocinadores: FAPESP; CNPq.
O protozoário Rangelia vitalii é agente etiológico de uma grave hemoparasitose canina, descrita no início do século XX, entretanto o vetor permanecia desconhecido. Com o intuito de preencher esta lacuna na epidemiologia da rangeliose um cão, macho, beagle, de 11 meses, foi infestado com 52 adultos F6 (19 fêmeas e 33 machos) de uma colônia de carrapatos Amblyomma aureolatum, naturalmente infectados com R. vitalii, oriundos do município de Atibaia-SP. Esta colônia foi mantida em laboratório por 6 gerações (F1 a F6), utilizando-se coelhos e cobaias para alimentação de larvas, ninfas e adultos, exceto os adultos F1 e F3, que foram alimentados em cães não infectados. Ao final da alimentação 10 quenógenas F6 e 10 posturas F7 foram submetidas à PCR em tempo real específica para R. vitalii. O cão infestado passou por avaliação clínica diária e hematológica três vezes por semana. Este apresentou protozoaremia no 12º e 17º dias após a infestação, detectáveis à PCR e no diferencial de leucócitos, respectivamente. No 17º, 33º, 18º e 28º apresentou: plaquetopenia, redução no hematócrito, febre e desidratação, respectivamente, dentre outros sinais clínicos de rangeliose, que iniciaram 21º após a infestação, tais como: anorexia, vômito, diarreia sanguinolenta, perda de peso, palidez de mucosas e icterícia. No 28º dia, em função do agravamento das condições clínicas foi necessária a administração de Dipropionato de imidocarb (5mg/Kg), fluidoterapia, suplementação vitamínica, alterações na dieta e administração de antieméticos e protetores gástricos. Das 10 quenógenas (F6) testadas 3 (30%) foram positivas e 6 (60%) dos 10 pools de ovos apresentaram-se positivos à PCR. Estes achados evidenciam que uma colônia de A. aureolatum se manteve naturalmente infectada por pelo menos 7 gerações e foi capaz de veicular R. vitalii para um cão saudável. Além disso, a terapia empregada levou a remitência dos sinais clínicos e a ausência de protozoaremia à PCR.