AVALIAÇÃO DA TRANSMISSÃO TRANSOVARIANA DE RANGELIA VITALII EM CARRAPATOS
Autor(es): João Fabio Soares, Francisco B. Costa, Aleksandro S. da Silva, Raqueli T. França, Bruno DALL’AGNOL, João Ricardo Martins, José Reck Jr, Sonia T. A. Lopes, Silvia G. Monteiro, Mitika K. Hagiwara, Marcelo B. Labruna |
Este trabalho avaliou a competência vetorial de 5 espécies e carrapatos para Rangelia vitalii. Nove cães infectados, com protozoaremia confirmada por PCR em tempo real específico para R. vitalii, foram infestados com larvas, ninfas e adultos (F1) das espécies: Rhipicephalus sanguineus, Amblyomma aureolatum, Amblyomma ovale, Amblyomma tigrinum e Amblyomma sculptum. Após a recuperação e posterior ecdise ou incubação, parte dos carrapatos foi destinada à PCR. As amostras de ovos, larvas e ninfas não alimentadas foram testadas em pools (5 a 50 indivíduos) e os adultos individualmente. Uma vez positivos, ovos, larvas F2 ou F3 foram testados individualmente num total de 10 exemplares para cada lote que originou um pool positivo. Apenas adultos, ovos e larvas F2 de A. aureolatum apresentaram resultados positivos. Estes foram infestados em novos cães não infectados, que posteriormente adquiriram a infecção. A progênie dos adultos expostos na fase de ninfa também foi avaliada. Os estágios subsequentes de A. aureolatum expostos nas fases ninfal ou adulta foram avaliados por PCR em grupos separados até o estágio de larva F3. Nos carrapatos expostos na fase adulta, 0 a 7.4% das fêmeas fizeram transmissão transovariana de R. vitalii, infectando 0 a 80% das larvas F2. Neste mesmo grupo, 6,25% das fêmeas F2 fizeram transmissão transovariana, gerando 0 a 100% de progênie F3 infectada. Quanto ao grupo exposto na fase ninfal, 5.5 a 26.9% das fêmeas fizeram transmissão transovariana e infectaram 10 a 90% das larvas F2. 73.3% das fêmeas F2 deste grupo realizam transmissão transovariana, infectando 100% da progênie F3. Esta é a primeira vez que é comprova a transmissão transovariana de um piroplasma em carrapatos do gênero Amblyomma. Associados a dados epidemiológicos, os resultados indicam A. aureolatum como vetor de R. vitalii no Brasil. As espécies R. sanguineus, A. ovale, A. tigrinum e A. sculptum não apresentaram competência vetorial para R. vitalii. |