ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMA GONDII EM PINGUINS-DE-MAGALHÃES (SPHENISCUS MAGELLANICUS) DOS ESTADOS DE SÃO PAULO E SANTA CATARINA
Autor(es): Herbert Sousa Soares, Claudia Niemeyer, Igor da Cunha Lima Acosta, Cristiane Lassálvia, Cristiane K.M. Kolesnikovas, Pryscilla Maracini, José L. Catão-Dias, Jitender P. Dubey, Solange M. Gennari |
O pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) é a espécie de pinguim mais comumente encontrada no litoral brasileiro. São aves marinhas de porte médio (3 a 5kg) que se reproduzem em colônias na região costeira da Patagônia Argentina, Chilena e nas Ilhas Malvinas, migrando sazonalmente no inverno pelo Oceano Atlântico até ao Brasil. Toxoplasma gondii é um protozoário que possui distribuição cosmopolita e capacidade de infectar diversas espécies animais, incluindo aves. O objetivo do presente trabalho foi detectar a presença de anticorpos anti-T. gondii em pinguins-de-magalhães mantidos em cativeiro nos Aquários de Santos e Guarujá, no estado de São Paulo, e no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS-Policia Militar Ambiental de SC, IBAMA e Associação R3 Animal) localizado em Florianópolis, Santa Catarina. Amostras de sangue foram coletadas, entre março e agosto de 2012 via punção da veia jugular, sendo posteriormente processadas e os soros obtidos armazenado a 20oC negativos até a análise pelo Teste de Aglutinação Modificado (MAT≥5). Foram amostrados 67 pinguins-de-magalhães (25 fêmeas, 21 machos e 21 sem sexo definido), sendo 26 do Aquário do Guarujá, 25 do Aquário de Santos e 17 do CETAS. Das 67 amostras de soro analisadas, 62 (92,5%) foram positivas e resultaram em títulos de 5 (n=22), 10 (n=17), 20 (n=14), 40 (n=7), 80 (n=1) e ≥ 160 (n=1). Há poucos relatos à respeito da ocorrência de infecção por T. gondii em aves marinhas, seja mundialmente ou especificamente no Brasil. Os resultados indicam que o parasita encontra-se amplamente distribuído e com elevada ocorrência na espécie estudada. São necessários estudos mais detalhados para esclarecer o papel dos pinguins no ciclo do T. gondii em ambientes marinhos e, considerando o comportamento migratório destas aves, buscar estabelecer a possível fonte e local de infeção. |