A filariose canina tem como agente causal nematódeos dos gêneros Acanthocheilonema e Dirofilaria sendo as espécies A. reconditum, D. repens e D. immitis mais comumente descritas no Brasil. A transmissão destes está relacionado a mosquitos hematófagos dos gêneros Culex, Aedes, Anopheles, Mansonia, ou Psorophora. Seus hospedeiros naturais são canídeos e felídeos domésticos e selvagens. As espécies A. reconditum e D. repens são pouco estudadas por serem consideradas apatogênicas, enquanto as D. immits e A. reconditum são as mais descritas, com suas prevalências variando de acordo com a localização geográfica. A observação de microfilárias de A. reconditum pode levar a um falso diagnóstico de D. immitis. No presente estudo objetivou-se demonstrar a possibilidade de se encontrar microfilárias em amostras que não sejam sanguíneas. Foram analisadas 1.531 citologias de nódulos de cães atendidos no Hospital Veterinário professor Firmino Mársico Filho, coradas pelo método de Romanovcky Giemsa. De todas, foi observado presença de microfilária em 14 (0,91%) das lâminas examinadas. Em cães, ulcerações papulopustulares pruriginosas e dermatites ulcerativas associadas com microfilarias na pele já foram relatadas. Microfilárias podem ser encontradas tanto no sangue periférico como dentro de lesões piogranulomatosas na derme. Filariose cutânea causada por filarídeos é, ocasionalmente, relatada em cães, o que justifica o baixo número de animais que apresentaram presença de microfilária na análise citológica. Há relatos ocasionais de presença do parasita adulto em cérebro, espaço epidural, artéria femural, abscessos no membro pélvico e globo ocular causando sinais relacionados. Os resultados apresentados demonstraram a possibilidade de filarídeos serem observados em análises citológicas, mas revelam a necessidade de identificação da espécie para o diagnóstico definitivo da D. immitis que é uma zoonose de extrema importância para a saúde.
|