ANAIS 2014
AVALIAÇÃO CLÍNICA E HEMATOLÓGICA DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR RANGELIA VITALII NO ESTADO DO RJ.
Autor(es): Tatiana Didonet Lemos, Helena Keiko Toma, Adrianna Vieira da Silva, Rafael Gomes Bartolomeu Corrêa, Eloy da Silva Seabra Junior, Nádia Regia Pereira Almosny

AVALIAçãO CLíNICA E HEMATOLóGICA DE CãES NATURALMENTE INFECTADOS POR RANGELIA VITALII NO ESTADO DO RJ.
» Área de pesquisa: PROTOZOOLOGIA
» Instituição: Universidade Federal Fluminense
» Agência de fomento e patrocinadores: CNPq; CAPES; FAPERJ
Rangeliose é uma doença causada pelo protozoário Rangelia vitalii. Este parasita é responsável por um distúrbio hemolítico extravascular. Até o momento, R. vitalii foi descrita apenas no Brasil, Uruguai e Argentina. Os objetivos deste estudo foram: avaliar as alterações clínicas e hematológicas causadas por R. vitalii em cães da região serrana do Rio de Janeiro. Foram utilizadas amostras de sangue de 40 cães provenientes laboratório comercial particular situado no município de Itaipava, RJ e de uma clínica particular situada no município de Teresópolis, RJ. Dos 40 animais deste estudo, 27 animais foram avaliados quanto à sintomatologia clínica apresentada durante a consulta e/ou internação na referida clínica. O diagnóstico de cães infectados por R. vitalii foi realizado através da PCR e sequenciamento. Foram utilizados iniciadores que amplificam um fragmento de, aproximadamente 670 pb, da porção 18S rRNA de piroplasmas caninos. Os hemogramas foram realizados através de aparelho automático. As principais alterações hematológicas dos 40 cães infectados por R. vitalii foram trombocitopenia (95%), eosinopenia (77%), anemia arregenerativa (52%), monocitose (42%) e anemia regenerativa (32%). Na análise microscópica foram observados monócitos ativados (62%), anisocitose e/ou policromasia (42%) e linfócitos reativos (30%). A apresentação dos sinais clínicos dos 27 animais infectados por R. vitalii foi: apatia e prostração (89%); febre acima de 38,5ºC (70%); sangramento em orelha, pata ou focinho (44%); diarréia (41%); anorexia (37%); mucosas hipocoradas (37%); esplenomegalia (30%); melena (22%); dor abdominal (18%); hiporexia (18%); vômito (15%); mucosas ictéricas (11%); desidratação (4%) e hematoquezia (4%). Dos 27 cães com rangeliose, cinco (18%) vieram a óbito. Os resultados obtidos neste estudo permitiram concluir que R. vitalii infecta cães na região serrana do Rio de Janeiro e as alterações clínicas e hematológicas mais observadas em cães positivos foram anemia arregenerativa, trombocitopenia, sangramento e diarréia, devendo ser consideradas na avaliação de cães suspeitos.