ANÁLISE DESCRITIVA DO CONTROLE PARASITÁRIO EM REBANHOS LEITEIROS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Autor(es): Ugo Araújo Souza, Waldemir Santiago, Ana Paula Poeta Silva, Gustavo Machado, Fernanda Marks, Juliane Galvani, Ivo Kohek Jr, Diego Viali, Fabiano Barreto, Luis Gustavo Corbellini, José Reck |
Parasitoses são causadoras das maiores perdas econômicas na produção de bovinos de leite. O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise descritiva sobre a percepção dos produtores em relação ao controle parasitário em rebanhos leiteiros do RS. Foi realizada uma amostragem probabilística estratificada pelas sete mesorregiões do RS , sendo as unidades sorteadas de uma lista contendo todas as propriedades leiteiras cadastradas no Serviço Veterinário Oficial. Um questionário epidemiológico foi aplicado em 388 propriedades. A presença dos seguintes parasitos foi relatada: mosca-dos-chifres (81,7% IC95%:77,8–85,5), tabanídeos (73,6% IC95%:69,2-78), carrapato (65,9% IC 95%:61,2–70,7), Dermatobia hominis (47,4% IC 95%: 42,4–52,4) e Cochliomyia hominivorax (45,6% IC 95%:40,6–50,5). Casos de TPB foram relatados em 61,8% (IC95%:57–66,7) das propriedades, sendo esta enfermidade considerada o segundo maior problema sanitário, somente atrás de mastite. O tratamento para o controle de carrapatos foi realizado em 80,4% das propriedades, das quais 53,2% relataram usar somente uma classe química para este fim, 10,6% usam mais de uma e 36,2% usaram outros métodos (não usaram acaricidas comerciais) ou não sabiam informar o que usaram. Os acaricidas mais utilizados foram a base de amitraz, lactonas macrocíclicas(LM), piretróide ou associação (piretróide + organofosforado), que corresponderam a 56,7% das propriedades. Com relação aos anti-parasitários, apenas 43,6% utilizaram somente produtos com indicação para animais em lactação. Os critérios para escolha do produto foram indicação do médico veterinário ou agrônomo (41,6%) e conhecimento do produtor (27,8%). A aplicação dos acaricidas foi realizada através de pulverização manual-costal (38%) ou injetável (28,2%). O tratamento de endoparasitos foi realizado em 83,6% das propriedades utilizando-se como principais produtos as LM e benzimidazóis. Dos respondentes, cerca de 30% relataram já ter observado falha no tratamento carrapaticida sendo um indicativo de resistência, contudo apenas três (1%) das propriedades relataram já ter feito teste de eficácia antes do tratamento. |