RELATO DO PARASITISMO DE AMBLYOMMA DISSIMILE KOCH, 1844 EM LAGARTO PLICA PLICA (LINNAEUS, 1758)
Autor(es): Erik Daemon, Ralph Maturano, Samuel Campos Gomides, Paulo Christiano de Anchieta Garcia, Miguel Trefaut Rodrigues |
| Lagartos do gênero Plica Gray, 1831 (Squamata, Tropiduridae) no Brasil são restritos à floresta Amazônica. Possuem hábitos diurnos, se alimentam basicamente de insetos e são encontrados principalmente sobre troncos, embora também estejam presentes no solo em menor frequência. Esta diversidade de hábitat ocupado por estes répteis os tornam propensos ao parasitismo por diferentes ectoparasitos, incluindo carrapatos. Entretanto, até presente momento, não foram encontrados relatos a respeito desta associação. Durante estudo taxonômico de espécimes depositadas no Museu de Zoologia de Viçosa, foi encontrado um exemplar macho de Plica plica (LINNAEUS, 1758) (MZUFV 0514), coletado em Aripuanã, Mato Grosso, contendo uma fêmea de carrapato parcialmente ingurgitada fixada na região gular. Após a remoção, o carrapato foi identificado como Amblyomma dissimile KOCH, 1844 (Acari, Ixodidae). Relatos na literatura sobre o parasitismo de répteis e anuros por A. dissimile são mais frequentes, quando comparado a hospedeiros endotérmicos, como mamíferos, o que sugere que este seja um fator de especificidade para esta espécie. Dessa forma, estudos com interface herpetologia-parasitologia são importantes fontes para se conhecer o espectro de hospedeiros de A. Dissimile, assim como demais espécies de ixodídeos. Além disso, o presente relato reforça a importância das coleções zoológicas de vertebrados como fontes de informações a respeito de distribuição de carrapatos e relação parasito-hospedeiro dos mesmos. De acordo com a literatura consultada e considerando o presente relato, são 89 espécies de hospedeiros de A. dissimile em condições naturais. |
