FREQUÊNCIA DE HEMOPARASITOSES EM CÃES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFRRJ
Autor(es): Emanuele Moraes Cardoso, Renata Quintela Assad, Diogo dos Santos Maia, Carmen Beatriz Seti Corrêa, Pedro Ivan Fazio Junior, Letícia Gomes Zanfagnini, Thaís Ribeiro Correia Azevedo, Fabio Barbour Scott |
As hemoparasitoses têm grande relevância na clínica médica veterinária devido à grande frequência com que ocorrem. São enfermidades de ocorrência mundial causadas por parasitos intracelulares obrigatórios de células sanguíneas, transmitidas principalmente pelo carrapato Riphicephalus sanguineus. Em cães, os hemoparasitos mais comuns são Ehrlichia canis, Anaplasma platys, Babesia canis e Hepatozoon canis. São responsáveis por manifestações clínicas variáveis que podem inclusive levar a morte dos animais. Laboratorialmente podem determinar, de acordo com o estágio da infecção, anemia, trombocitopenia e leucopenia. O presente trabalho teve por objetivo identificar os tipos de hemoparasitos e determinar a frequência de hemoparasitose canina no Hospital Veterinário (HV) da UFRRJ. Para isso foram analisados os resultados do hemograma completo de 5015 cães no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2013. Foram solicitadas 528 capas leucocitárias e apenas 19 ponta de orelha. Do total de cães analisados 0,7% (n=37) foram positivos para alguma hemoparasitose, através de técnicas de pesquisa parasitológica em esfregaço sanguíneo. Foi observado que inclusões sugestivas de agentes da família Anaplasmataceae ocorreram com maior frequência, acometendo 32 cães (0,6%), seguido de 4 cães (0,08%) com Babesia spp. e apenas 1 animal (0,02%) com Hepatozoon, relacionado ao total de exames realizados no período. Entretanto esses valores aumentam avaliando-se apenas casos positivos, onde 86% foram Anaplasmataceae, 11% Babesia spp. e 3% Hepatozoon. Co-infecção foi observada em três animais, sendo dois cães com inclusões de Anaplasmataceae e Babesia spp. e o animal com gametócito de Hepatozoon apresentou também inclusão de Anaplasmataceae em plaqueta. Os resultados demonstram a circulação destes agentes na população de cães atendidos no HV da UFRRJ, sugerindo que medidas de controle efetivas sejam adotadas a fim de evitar os efeitos deletérios destes hemoparasitos nos animais. Outrossim, ressalta-se que o esfregaço sanguíneo é um método útil e prático para o diagnóstico de hemoparasitoses, podendo ser amplamente empregado na rotina clínica com baixo custo, apesar de ter baixa especificidade e sensibilidade. |