ALTITUDE COMO PARÂMETRO DO PARASITISMO DE PARATRICHOBIUS LONGICRUS (DIPTERA: STREBLIDAE) PARASITANDO MORCEGOS (CHIROPTERA) NO BRASIL
Autor(es): Priscilla Maria Peixoto Patrício, Elizabete Captivo Lourenço, Luiza Carvalho Prado, Kleiton Henrique Ivanchuk, Kelly Regina Freitas Freire, Kátia Maria Famadas |
Trabalhos que tentam entender como a altitude interfere na composição de espécies são raros, principalmente quando se eleva esta opção aos artrópodes parasitos. No Panamá, foram descritas variações nos hospedeiros de P. longicrus em diferentes altitudes, sendo explicado devido à possibilidade de P. longicrus ser um complexo de espécies que parasitam diferentes hospedeiros. Por esse motivo o objetivo deste trabalho foi analisar as abundâncias de P. longicrus registrada em diferentes trabalhos no Brasil e suas respectivas altitudes e através disto verificar se há relação entre esses dois fatores. Foram analisados os trabalhos que continham informações sobre a abundância desta espécie e em qual hospedeiro se encontrava, além de conter a altitude ou as coordenadas das coletas. As altitudes foram conseguidas com o auxílio do programa Google Earth®. Um total de 14 trabalhos foram analisados totalizando 660 exemplares de P. longicrus em dez hospedeiros (Artibeus fimbriatus, Artibeus obscurus, Artibeus planirostris, Artibeus lituratus, Carollia perspicillata, Mimon bennettii, Myotis nigrans, Phyllostomus hastatus, Platyrrhinus lineatus, Sturnira lilium). As altitudes variaram entre 74 e 1481 metros acima do nível do mar. As maiores abundâncias foram encontradas no seu hospedeiro primário A. lituratus (n=563) e em P. lineatus (n=45). Não foi encontrada relação entre a abundância média, prevalência e nem intensidade média de P. longicrus com a altitude quando considerados todos os hospedeiros (N=29, r=0,2; p=0,2; N=14, r=-0,09; p=0,7; N=14, r=0,4; p=0,12; respectivamente), nem quando analisados somente nos morcegos do gênero Artibeus (N=16, r=0,3; p=0,14; N=9, r=-0,06; p=0,9; N=9, r=0,06; p=0,6) e nem quando somente os demais hospedeiros (N=13, r=0,07; p=0,8; N=5, r=-0,77; p=0,12; N=5, r=0,09; p=0,8). Por isso conclui-se com este trabalho que a altitude não está relacionada com o aumento da abundância deste ectoparasito. Novas análises devem ser desenvolvidas para explicar tal relação. |