OCORRÊNCIA DE PHYSALOPTERA GETULA (SEURAT, 1917) EM NASUA NASUA (LINNAEUS, 1766)
Autor(es): Marcella Katheryne Marques Bernal, Lucien Roberta Valente Miranda de Aguirra, Paulo Henrique Leal Bertolo, Leila Menezes da Silva, Ana Silva Sardinha Ribeiro, Washington Luiz Assunção Pereira |
Introdução: O gênero Physaloptera sp. caracteriza-se por esôfago constituído por região anterior muscular e posterior glandular, com cavidade bucal diminuta ou ausente. Os machos possuem espículas, enquanto as fêmeas apresentam a vulva na porção anterior à medial do corpo, eliminando ovos de formato ovoide e casca espessa. Esses espécimes parasitam representantes da ordem Carnívora, dentre eles, o Nasua nasua, popularmente conhecido como quati, que possui alimentação diversificada, incluindo invertebrados, frutos e pequenos vertebrados. Objetivo: Relatar a ocorrência do nematoide Physaloptera getula em dois espécimes de Nasua nasua provenientes do Parque do Utinga, fragmento florestal do Município de Belém, PA. Metodologia: Os animais, uma fêmea adulta e um macho jovem, vieram a óbito e foram encaminhados ao setor de Patologia da Universidade Federal Rural da Amazônia, onde foi realizada a remoção da porção gastrointestinal para análise parasitológica. Os nematodas colhidos foram fixados em AFA, posteriormente clarificados e classificados com chave taxonômica específica. Resultados: Foram observados 16 exemplares de P. getula no estômago da fêmea (seis machos e dez fêmeas) e 11 exemplares no estômago do macho (cinco machos e seis fêmeas). Os espécimes exibiram dentes internos e externos com tamanhos iguais. Os machos possuíam dois espículos desiguais, um curvado e o outro reto, além de vinte três papilas. A média total dos machos foi de 25,3 mm comprimento e 0,82 mm de largura. As fêmeas exibiram vulva disposta próximo a porção final do esôfago e média total de 49,2 mm de comprimento e 1,3 mm de largura. Conclusão: A P. getula é um parasita comum em roedores como o rato d’água (Nectomys squamipes e Nectomys rattus), de ocorrência em quase todos os estados do Brasil, sugerindo que os quatis parasitados possuem hábitos alimentares de pequenos mamíferos, estando suscetíveis a parasitas encontrados em roedores. |