ANTICORPOS ANTI-NEOSPORA CANINUM EM PORCOS-MONTEIRO (SUS SCROFA) DO PANTANAL DE NHECOLÂNDIA, MATO GROSSO DO SUL
Autor(es): Herbert S. Soares, Vanessa N. Ramos, Carolina F. Osava, Solange Oliveira, Matias P. J. Szabó, Ubiratan Piovezan, Solange M. Gennari
ANTICORPOS ANTI-NEOSPORA CANINUM EM PORCOS-MONTEIRO (SUS SCROFA) DO PANTANAL DE NHECOLâNDIA, MATO GROSSO DO SUL
» Área de pesquisa: PROTOZOOLOGIA
» Instituição: Laboratório de Doenças Parasitárias – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade de São Paulo
» Agência de fomento e patrocinadores: CNPq; FAPESP
O porco monteiro (Sus scrofa) é a forma feral do suíno doméstico e representa uma das espécies de mamíferos invasores mais bem sucedidas do mundo, em muitos casos, afetando negativamente a biodiversidade local. São também considerados pragas para a agricultura por causarem prejuízos à lavoura, danos à estrutura e degradação da terra e podem até predar bezerros recém-nascidos. Neospora caninum é um coccídio de distribuição mundial causador de abortos em bovinos, sendo os cães e algumas espécies de canídeos silvestres os hospedeiros definitivos. O objetivo do presente trabalho foi detectar a presença de anticorpos anti-N. caninum em porcos monteiro do Pantanal de Nhecolândia, Mato Grosso do Sul, Brasil. Para o diagnóstico foi realizada a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI≥50), utilizando conjugado comercial espécie-específico IgG anti-suíno. Foram analisadas amostras de soro de 83 porcos monteiro (29 machos, 22 fêmeas e 32 sem identificação do sexo; 33 indivíduos adultos, 18 jovens e 32 sem informação de idade). Do total das amostras testadas 10,8% (9/83) foram positivas e apresentaram títulos de 200 (n=1), 400 (n=4) e 800 (n=4). Este é o primeiro relato da presença de anticorpos anti-N. caninum em porcos monteiro no Pantanal do Mato Grosso do Sul e os resultados indicam a ampla distribuição do coccídio na área estudada. Maiores estudos são necessários para conhecer o papel dos porcos monteiro, bem como o de outros suídeos silvestres, na epidemiologia do N. caninum e dessa forma entender como participam na manutenção do parasita na natureza, já que essas espécies são presas para canídeos silvestres.