A leishmaniose visceral é uma antropozoonose infecciosa causada pelo parasita Leishmania infantum (sinônimo L. chagasi). A transmissão do parasito ao homem e outros mamíferos é feita através de insetos vetores flebotomíneos. Objetivou-se relatar a presença do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis em abrigos de animais do município de Ilha Solteira-SP. O trabalho foi realizado em dois abrigos de cães e gatos localizados em área próximas a vegetações. As capturas de flebotomíneos foram realizadas por 8 armadilhas luminosas do tipo CDC instaladas em pontos, sendo 4 em cada abrigo, das 17 às 07 horas, durante 3 dias consecutivos nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2014. Os insetos capturados foram agrupados e identificados quanto à espécie através de caracteres morfológicos da genitália. Foram coletados 81 flebótomos, sendo 17/81 (20,9%) fêmeas e 64/81 (79,1%) machos. Os locais próximos à vegetações corresponderam à 16/81 (19,7%) e 11/81 (13,5%) do número total. O local de maior incidência de flebótomos foi em um ponto próximo a matéria orgânica, correspondente à 35/81 (43,2%) da quantidade total. A presença de matéria orgânica em decomposição era bastante expressiva, uma vez que os animais destes abrigos produzem resíduos. Os lugares próximos às baias dos animais foram encontrados 6/81 (7,4%), 7/81 (8,6%) e 3/81 (3,7%) insetos, respectivamente. Números considerados baixos, pois nestes locais havia uma higienização diária do ambiente. A proximidade destes locais com as residências oferecem um enorme risco para a disseminação da leishmaniose visceral no município de Ilha Solteira. A presença do vetor Lu (L.) longipalpis nos abrigos de animais de Ilha Solteira significa que os animais nesses recintos podem estar expostos aos riscos de contrair a leishmaniose visceral, caso haja cães e vetores infectados.
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