ALTERAÇÕES MICROSCÓPICAS IDENTIFICADAS NA MUCOSA INTESTINAL DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR LEISHMANIA INFANTUM
Autor(es): Diogo Tiago da Silva, Júlio Cesar Pereira Spada, Maria Luana Alves, Aline Cristine da Silva, Marina Flóro e Silva, Andrea Gonçalves Ferreira, Willian Marinho Dourado Coelho, Wilma Aparecida Stake Buzetti
ALTERAÇÕES MICROSCÓPICAS IDENTIFICADAS NA MUCOSA INTESTINAL DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR LEISHMANIA INFANTUM
» Área de pesquisa: PROTOZOOLOGIA
» Instituição: Universidade Estadual Paulista - Unesp, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
» Agência de fomento e patrocinadores: FAPESP- Processo: 2013/13875-5
A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença causada pelo protozoário do gênero Leishmania, transmitida por flebotomíneos. O objetivo foi relatar as alterações microscópicas identificadas na mucosa intestinal de cães naturalmente infectados por Leishmania nos diferentes segmentos do intestino (duodeno, jejuno, íleo e cólon). Foram avaliados cortes histológicos de 8 cães positivos para LV (sorologia e parasitológico) e com amastigotas de Leishmania no intestino (identificados por meio da coloração histoquímica e imunoistoquímica) e livres de outras parasitoses. Para o controle foram utilizados 3 animais negativos para LVC e outras parasitoses. No duodeno a lâmina própria apresentou infiltrado mononuclear com predominância do tipo linfoplasmocitário, caracterizando uma enterite, com moderados microvacúolos e edema apical, semelhante a um pólipo. Não se observou células cilíndricas altas, e o eixo conjuntivo vascular estava tomado por infiltrado celular linfocitário, nesta região as amastigotas foram visualizadas entre as fibras conjuntivas e também ao redor dos neurônios e nervos do plexo nervoso entérico da mucosa. No jejuno o parasita foi identificado em 62,5% dos animais, com amastigotas presentes desde a cripta até a ponta dos vilos, e as glândulas de Brunner em grande quantidade estavam cercadas por infiltrado celular não só do tipo mononuclear, mas também polimorfonuclear, mas com predominância de macrófagos. As regiões do íleo apresentavam muitas placas de Peyer (linfonodos isolados) estendendo da mucosa até a submucosa e com amastigotas em seu interior. Além disso, na ponta dos vilos do íleo havia abundância de parasitas associados com evidente desestruturação morfológica das vilosidades. Na mucosa (vilo/cripta) e submucosa do cólon observou-se a presença de amastigotas dispostas intra e extracelularmente da ponta do vilo à região basal da cripta. Concluiu-se que a LVC é uma doença que afeta também os órgãos intestinais dos cães, debilitando ainda mais o estado geral dos mesmos podendo comprometer a absorção dos alimentos.