Introdução: a leishmaniose visceral é uma das principais doenças negligenciadas, sendo causada por protozoários do gênero Leishmania transmitidos pela picada de fêmeas de flebotomíneos. A doença está presente em 21 das 27 unidades da federação brasileira e quando não diagnosticada e tratada precocemente pode evoluir ao óbito. Atualmente observa-se a urbanização da doença sendo o cão o principal reservatório. Dados epidemiológicos mostram que a doença está em franca expansão e que áreas anteriormente livres agora possuem casos autóctones, a exemplo do Rio Grande do Sul. Objetivo: tendo em vista o pouco conhecimento sobre a prevalência da doença na região metropolitana de Porto Alegre e, principalmente, sobre a expansão da doença, o presente trabalho objetiva estudar a epidemiologia da leishmaniose visceral nessa região. Metodologia: foram coletadas amostras de sangue de 107 cães oriundos do município de Canoas, 216 de São Leopoldo e 83 de Novo Hamburgo. As amostras foram centrifugadas durante 10 minutos a 1300 rotações por minuto para obtenção de plasma e soro para teste rápido (DDP Biomanguinhos®) e ELISA (EIE Biomanguinhos®). Resultados: Canoas e São Leopoldo apresentaram 2 e 3 amostras positivas no teste rápido; 4 e 6 no ELISA, respectivamente. Novo Hamburgo apresentou 1 positiva no teste rápido, não tendo sido realizado ELISA. Conclusão: considerando os testes imunoenzimáticos e imunocromatográficos, a prevalência de leishmaniose visceral canina nos municípios de Canoas e São Leopoldo estaria entre 1,86-3,73% e 1,38-2,77%, respectivamente. Novo Hamburgo apresentaria prevalência de 1,14% pelo teste imunocromatográfico. A taxa de indeterminados foi de 2,25%. A realização de ensaios moleculares permitirá assegurar a prevalência da doença na região. |