ANÁLISE DA CIRCULAÇÃO DE POTENCIAIS VETORES DE RIQUÉTSIAS EM JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, BRASIL.
Autor(es): Emília de Carvalho Nunes, Daniel Leal Navarro, Elizangela Guedes, Gilberto Salles Gazêta, Erik Daemon |
| As riquetsioses causadas por organismos do gênero Rickettsia, são zoonoses presentes em todos os continentes. No Brasil Amblyomma cajennense, Amblyomma aureolatum e Amblyomma ovale são os mais importantes vetores para humanos, mas o conhecimento sobre o papel de vertebrados é incipiente. O presente estudo teve por objetivo avaliar a circulação de Rickettsia sp. em diferentes regiões da cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, área endêmica para Febre Maculosa Brasileira (FMB). Foram coletados e identificados 5.784 espécimes de carrapatos, sendo 5.364 espécimes de A. cajennense, 111 Dermacentor nitens, 258 Riphicephalus microplus e 51 Riphicephalus sanguineus, possíveis vetores na área urbana do município. A maioria dos locais de coleta apresentava casos confirmados de FMB. A análise da presença de Rickettsia sp. nas amostras coletadas foi realizada pela PCR quantitativa, utilizando-se oligonucleotídeos para a amplificação do gene ompA que codifica uma proteína de membrana presente em Rickettsia sp. do GFM. Amostras de 11 ninfas da espécie Amblyomma cajennense, espécie mais frequente nesse estudo, coletadas no ambiente, foram positivas para a presença de Rickettsia sp. Foram encontrados valores positivos de 3 ninfas (8,82%) no Bairro Manoel Honório e 8 ninfas (0,51%) no Bairro Santa Terezinha. O potencial de transmissão e ocorrência nos focos durante investigação apontam para seu papel como vetor no ciclo antropofílico dessa riquetsiose. Características inerentes ao município de Juiz de Fora potencializam a possível circulação de riquétsias na área urbana, permitindo o contato dos diferentes hospedeiros com os carrapatos, aumentando a disseminação deste vetor pelo município. Os resultados indicam a necessidade de implementação da vigilância de ambiente no município de Juiz de Fora em relação à FMB, especialmente pelo monitoramento de A. cajennense. |
