No Brasil, as parasitoses constituem um problema de saúde pública que mantém estreita relação com pobreza, baixa condição higiênica da população e falta de saneamento básico. A contaminação do solo por fezes de animais é fator determinante na manutenção e transmissão de parasitos entre eles e também para o homem. O objetivo deste trabalho foi avaliar a contaminação do solo por estádios evolutivos de helmintos e protozoários oriundos de fezes de cães em 13 ruas do município de Igarapé e 21 ruas de São Joaquim de Bicas, Minas Gerais, Brasil. Foram realizadas 8 coletas, totalizando 170 amostras de solo, no período de outubro/2013 a fevereiro/2014. As amostras foram examinadas utilizando três técnicas: Cadwell e Cadwell (1928), Baermann e Moraes (1948) e Hoffman, Pons e Janer (1934) e apresentaram os seguintes resultados: 68% (115/170) estavam contaminadas com pelo menos um gênero de helminto ou protozoário e destas 43% (74/170) apresentavam ovos de Toxocara sp., 16% (28/170) Dipylidium caninum, 14% (24/170) Ancylostoma sp., 8,5% (15/170) Trichuris sp., 8% (14/170) Taenia sp., 1% (2/170) Platynosomum sp e 0,5% (1/170) Spirocerca lupi 6% (11/170) cistos de Giardia sp., 2% (4/170) oocistos de Isospora sp. e de 1% (2/170) Eimeria sp. Os resultados apresentaram correlação positiva entre a população de cães peridomiciliares e contaminação do solo, ou seja, quanto maior o numero cães peri domiciliares, maior o número de amostras de solo positivas. A alta incidência de estágios evolutivos parasitos, 63% (109/170) com potencial zoonóticos para Larva Migrans Cutânea, Larva Migrans Visceral e Giardíase, ressalta a importância da análise de solo, juntamente com a análise de fezes dos animais para que se tenha um perfil epidemiológico adequado da região estudada. Esses estudos permitem que a saúde pública possa planejar e executar medidas de combate e controle adequadas para o bem estar comunitário.
Palavras Chaves: Contaminação do solo, Ancylostoma sp, Toxocara sp., Cães. |
