Toxoplasma gondii é o principal agente causador de perdas reprodutivas em ovinos e o causador de uma das principais enfermidades que acomete a espécie nos países criadores e produtores. Com o objetivo de identificar a soroprevalência para T. gondii e soroconversão durante a gestação de matrizes ovinas no sul do Brasil, foram avaliadas 411 ovelhas, de dois rebanhos, em dois momentos: pré-cobertura e pós-parto, compreendendo o período gestacional por inteiro, com coletas nos meses de março e outubro de 2012. A sorologia para T. gondii foi realizada pela técnica de Imunofluorescência Indireta (IFAT), utilizando um kit WAMA Diagnostica®. Os animais foram considerados positivos a partir da diluição de 1:64. A soroprevalência geral no período pré-cobertura foi de 20,2% (83/411), aumentando para 33,3% (137/411) no pós-parto. Entre as ovelhas inicialmente soronegativas, 16,5% (54/328) adquiriram a infecção toxoplásmica durante o período gestacional, o que foi comprovado através da soroconversão. As taxas de retorno ao cio foram maiores nas ovelhas que soroconverteram, e as ovelhas soropositivas ao inicio do estudo apresentaram maior taxa de desmame, apresentando maior capacidade de produzir um cordeiro. Com isso fica evidente a importância da toxoplasmose ovina na região, a presença do agente nos rebanhos ovinos e no ambiente, tendo risco de infecção transplacentária nas matrizes que sofrem a primo-infecção durante a gestação. Conclui-se também que o consumo de carne ovina crua ou mal cozida representa risco de infecção humana pelo protozoário. |