TRANSMISSÃO TRANSOVARIANA DE BABESIA SPP. EM CARRAPATOS RIPHICEPHALUS MICROPLUS EM DIFERENTES TEMPERATURAS
Autor(es): JESSICA CRISTIANNE MAZER BERNARDI, FRANCISCO DE ASSIS LEITE SOUZA, KARINA NEOOBE DE CARVALHO CASTRO, EDUARDO ESMERALDO AUGUSTO BESERRA, ALEXANDRA DE SIQUEIRA CAJADO LIARTE, LIVIO MARTINS COSTA JUNIOR, GERLAN VIEIRA DE SOUSA, SILVANA MARIA MEDEIROS DE SOUSA SILVA |
Babesiose bovina é uma hemoparasitose causada pelos protozoários Babesia bovis e Babesia bigemina e que apresentam como único vetor o carrapato Riphicephalus microplus. Temperaturas elevadas podem provocar uma redução na ovoposição, na taxa de eclosão e na longevidade das larvas infectadas por Babesia spp., refletindo assim a transmissão e favorecendo o aparecimento de instabilidade enzoótica. O Estado do Piauí encontra-se como área instável para babesiose, devido às condições climáticas adversas, principalmente às altas temperaturas da região. Estudos de influência da temperatura na transmissão transovariana de Babesia já foram realizados, entretanto focando em baixas temperaturas, tendo pouca informação sobre a viabilidade desse tipo de transmissão em altas temperaturas. Dessa forma, objetivou-se avaliar a influência de alta temperatura na transmissão transovariana de Babesia spp. pelo R. microplus. Foram utilizadas 349 teleóginas provenientes de 19 bezerros positivos para Babesia spp., as quais foram divididas em três grupos e incubadas em estufa BOD nas temperaturas (27º, 31º e 35ºC) e 90% UR . Nos grupos de 31º e 35ºC a temperatura permanecia apenas por quatro horas/dia retornando à 27ºC. Ao 7º dia de postura, as teleóginas foram submetidas ao teste de hemolinfa para pesquisa de esporocinetos e, ao 21º dia, foram extraído DNA de 20mg de ovos, e realizado a PCR para B. bigemina e B. bovis. A análise estatística foi realizada pelo teste do Qui-quadrado. Das lâminas de hemolinfa analisadas, 35,82% (125/349) foram positivas, porém não houve diferença significativa (p>0,05) entre as temperaturas analisadas. Já pela PCR, apenas 17,48% (61/349) das amostras foram positivas, sendo 29,91%(35/117) em 27ºC, 15,04% (17/113) em 31ºC e 14,29% (17/119) em 35ºC, demonstrando uma redução significativa (p<0,05) da transmissão transovariana de acordo com o aumento da temperatura. Sugerimos que as temperaturas elevadas encontradas na região podem reduzir a transmissão transovariana de Babesia spp., favorecendo a instabilidade dessa área. |