ANAIS 2014
ENCEFALITE ASSOCIADA À MIGRAÇÃO DE LARVAS DE ASCARIS SUUM EM SUÍNO
Autor(es): ELANE DE ARAUJO SARAIVA, KELLY KAROLINE GOMES DO NASCIMENTO, LAURA JAMILLE ARGOLO PAREDES, DANIELE PINA MONTAO, ISIS ABEL BEZERRA, MARCOS DUTRA DUARTE, PEDRO SOARES BEZERRA JUNIOR

ENCEFALITE ASSOCIADA à MIGRAçãO DE LARVAS DE ASCARIS SUUM EM SUíNO
» Área de pesquisa: HELMINTOLOGIA
» Instituição: UNIVERSIDADE FERDERAL DO PARÁ
» Agência de fomento e patrocinadores: CAPES E CNPq
Ascaris suum é um parasito de suínos de distribuição mundial, que causa perdas econômicas relacionadas à queda no ganho de peso e condenação do fígado no abatedouro. Normalmente, esse parasito realiza um ciclo pulmonar em seu hospedeiro, porém, em casos raros, podem ocorrer migrações erráticas, quando as larvas a partir dos pulmões podem migrar pela circulação sistêmica, atingindo outros órgãos. A migração de larvas de A. suum no sistema nervoso de suínos é rara e foi recentemente descrita em humanos, revelando sua importância na saúde pública. O objetivo deste trabalho é descrever os aspectos clínicos e patológicos da migração errática de A. suum para o sistema nervoso central (SNC) de um suíno no município de Castanhal, PA. O suíno era uma fêmea, prenhe, que apresentava principalmente letargia, inapetência e sinais neurológicos sugestivos de síndrome vestibular. Após onze dias o animal apresentou um quadro de espasticidade. Devido ao prognóstico desfavorável, o animal foi submetido à eutanásia. À necropsia, o fígado apresentava áreas de fibrose capsular, compatíveis com a migração de larvas de A. suum. No SNC havia áreas de malácia acastanhadas na região da ponte e pedúnculo cerebelar esquerdos. Não foram observados parasitos nos intestinos. Na histopatologia observou-se nas áreas de malácia nematódeo margeado por células inflamatórias mononucleares. O parasito apresentava cordão lateral bem desenvolvido projetando-se para o interior do pseudoceloma e glândula eosinofílica, compatíveis com as descrições de larvas de A. suum. Os dados do presente estudo demonstram a importância de se considerar a migração de larvas desse nematódeo no diagnóstico diferencial de casos de doença neurológica em suínos. Pessoas em contato com suínos ou alimentos e água contaminados com fezes de suínos devem ser alertadas para o risco do parasitismo em humanos na região.