Parasitos sanguíneos podem acometer várias espécies de aves, gerando danos morfofisiológicos como alterações na plumagem, comprometendo a seleção sexual e a reprodução. Antilophia galeata é uma ave frugívora, monogâmica e territorialista, sendo abundante em fragmentos florestais do Cerrado, de diferentes níveis de perturbação. O objetivo deste estudo foi analisar a ocorrência e a influência dos hemoparasitos nessa espécie em quatro áreas: Fazenda Água Fria (Araguari – MG), Estação de Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental Galheiro (Perdizes – MG), Fazenda Experimental do Glória (Uberlândia – MG) e Fazenda São José (Uberlândia – MG) durante as estações seca (junho à agosto de 2013) e chuvosa (novembro à fevereiro 2013-2014). Para analisar a influência do parasitismo na condição corporal da ave, uma das técnicas é o cálculo do IMR (índice de massa relativa), que é a razão da biomassa por uma estrutura rígida (ex. tarso). Foram capturados 56 indivíduos de A. galeata ao longo das duas estações. Durante a seca, foram capturados 33 indivíduos enquanto na chuvosa, 23. Foram confeccionadas 81 extensões sanguíneas, coradas com Giemsa e analisadas à microscopia óptica. No total, cinco indivíduos estavam positivos para hemoparasitos (9,09%). Na estação seca apenas uma ave, capturada na E.P.D.A. Galheiro, estava infectada (0.33%) por Haemoproteus spp. Na estação chuvosa, quatro indivíduos capturados na F.E. Glória apresentaram positividade (17.3%), todos para Plasmodium spp. Não houve correlação significativa entre parasitismo e condição corporal de A. galeata (rs=0,1347 n=52 p=0.3409), indicando que a parasitemia não foi suficiente para afetar a aptidão dos indivíduos. É possível que os ciclos de transmissão desses hemosporídeos tenham sido afetados, especialmente em ambientes mais degradados, indicando que a avaliação da carga parasitária seja utilizada em técnicas de biomonitoramento ambiental. |