| Dentre os agentes infecciosos e parasitários aos quais estão expostas as serpentes, os hemoparasitos são agentes frequentemente encontrados e, apesar de serem considerados como achados incidentais e pouco patogênicos em animais de vida livre, podem levar a quadros de anemia e imunodepressão, especialmente em animais mantidos em cativeiro. O gênero Plasmodium corresponde a um dos protozoários intracelulares que podem ser encontrados, apesar da infecção por esse gênero ser relativamente pouco frequente dentre as hemoparasitoses. Este estudo propôs relatar a presença Plasmodium spp. em serpentes da espécie Crotalus durissus naturalmente infectadas e mantidas em cativeiro do Instituto Vital Brazil (IVB), Niterói, RJ. Foram utilizadas para tal 52 serpentes da espécie C. durissus, de ambos os sexos, mantidas em caixas individuais no IVB. Após contenção mecânica e exame físico dos animais, realizou-se a colheita de 1 mL de sangue por punção da veia caudal, vertidos em tubos de vidro contendo heparina sódica. O material foi mantido resfriado (4-8ºC), até seu processamento, que foi realizado no mesmo dia, no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade Federal Fluminense. No momento da colheita, esfregaços sem anticoagulante foram confeccionados e corados por corantes hematológicos Giemsa e Wright para posterior pesquisa de hemoparasitos, realizada em microscopia óptica de imersão. Os parasitos foram identificados como inclusões eritrocitárias apresentando pigmentos refringentes de tonalidade amarela a marrom, e diferenciados de artefatos pelo método de polarização, em que os pigmentos apresentaram birrefringência. Dentre os animais que participaram do estudo, 2/52 (3,85%) estavam parasitados por Plasmodium spp. A partir destes resultados concluiu-se que não há correlação entre a presença do hemoparasito, pré-disposição sexual e alterações clínicas e hematológicas importantes nas serpentes hospedeiras. |
