| O controle do carrapato bovino é geralmente efetuado por meio de produtos químicos sintéticos convencionais, que acarretam problemas como o desenvolvimento acelerado da resistência ao princípio ativo. A fim de retardar o aparecimento da resistência parasitária, alguns métodos de controle alternativo vêm sendo pesquisados, entre eles a fitoterapia. Este estudo visou avaliar a atividade carrapaticida do extrato bruto (Ac-EEB) e frações das cascas de Amburana cearensis em populações de carrapatos Riphicephalus (Boophilus) microplus. O Ac-EEB foi submetido à partição por solventes orgânicos (hexano, clorofórmio e acetato de etila) em ordem crescente de polaridade. Para avaliação da atividade carrapaticida do extrato e de suas frações, teleóginas provenientes de colônia em laboratório, foram submetidas ao teste de biocarrapaticidograma. Foram realizadas três diluições, nas concentrações de 0,5%, 1,0% e 2,5%. O grupo controle foi submetido às mesmas condições, com utilização de água destilada. Os carrapatos foram imersos nas soluções, secadas, coladas em placas de petri e mantidas em estufa B.O.D. a 28ºC e UR 80%. Após o final da ovipostura, os ovos foram pesados e acondicionados em tubos de ensaio. Os parâmetros analisados foram peso das fêmeas; peso da massa de ovos; porcentagem de eclosão; eficiência reprodutiva; índice de reprodução esperada e eficácia dos extratos. Para cada extrato, fração e concentração, os testes foram realizados em triplicata. Dentre todas as frações, a hexânica obteve os melhores resultados em todos os parâmetros analisados: Ac-HEX (2,5%) obteve 52,7% de inibição da oviposição; 39% de porcentagem de eclosão; 3.271 de índice de eficiência reprodutiva; e 67% de eficácia. Apesar de o extrato ter obtido uma dose resposta gradual com o aumento da concentração, o mesmo só pode ser utilizado como terapia auxiliar no controle do R. (B.) microplus, pois não obteve eficácias maiores que 95%. |
