NEMATÓDEOS GASTROINTESTINAIS EM PANTHERA ONCA ORIUNDA DO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS, PARÁ, BRASIL
Autor(es): Tamires Victória Silva Natividade, Beatriz Guerreiro Giese, Filipe Luigi Soares da Costa, Ana Rita Lima, Erika Renata Branco, Jeannie Nascimento Santos, Elane Guerreiro Giese |
Panthera onca (Linnaeus, 1758) (onça pintada, jaguar), é o maior felídeo vivente na América do Sul. Pertençe a ordem Carnivora e família Felidae; habita os diversos biomas no Brasil, distribuindo-se em vários países ao longo América Meridional; de habitos oportunistas, alimenta-se de vários outros taxons como pequenos mamíferos, aves e répteis, onde, ao ingeri-los, possivelmente se infecta com helmintos parasitos em estágios larvais. Em estudo recente no Brasil, foram identificados sete táxons parasitos de onça pintada a partir de ovos e oocistos, sendo eles Apicomplexa, Acanthocephala, Pseudophyllidea, Trematoda, Ancylostomatidae, Ascarididae e Trichuridae. O presente estudo teve como objetivo investigar os helmintos estomacais existentes em uma população silvestre de Panthera onca, sendo o exemplar utilizado neste estudo provenientes de doação pós-óbito por atropelamento pela empresa HYDRO MINA-BAUXITA-PARAGOMINAS, ao Laboratório de Pesquisa Morfológica Animal (LaPMA), Instituto de Saúde e Produção Animal da Universidade Federal Rural da Amazônia. A onça (fêmea) foi estudada sob autorização da SEMA-PA Nº 455/2009 e 522/2009. Os helmintos encontrados no estômago foram fixados em AFA (álcool etílico, formol e ácido acético), desidratados em série etanólica e clarificados em lactofenol para análises em microscopia de luz. Foram obtidas imagens em Microscópio óptico LEICA DM2500 acoplado a câmera digital Leica DFC310FXD. Os helmintos encontrados no estômago de P. onca possuem dois grandes lábios laterais simples, triangulares, cada um internamente provido de dois dentes e um para de papilas externamente localizadas. A cutícula apresenta-se dobrada sobre os lábios formando um grande colar cefálico. Machos apresentam asas caudais largas, unindo-se na sua porção ventral, imediatamente anterior a cloaca. Estas características assemelham-se a dos nematódeos da família Physalopteridae, gênero Physaloptera, necessitando estudos taxonômicos mais aprofundados para elucidar o táxon específico. O estudo de helmintos em populações silvestres de carnívoros pode ser útil para o manejo desses animais em cativeiro. |