DIAGNÓSTICO MOLECULAR DE ANAPLASMA MARGINALE EM OVINOS EM CAMPO GRANDE, MS
Autor(es): André de Abreu Rangel Aguirre, Marcos Valério Garcia, Leandra Marla Oshiro, Fernando de Alvarenga Reis, Jaqueline Matias, Bárbara Guimarães Csordas, Isabela Maiumi Zaidan Blecha, Leandro de Oliveira Souza Higa, Jacqueline Cavalcante Barros, Renato Andreotti |
Vários vetores ixodídeos foram reportados capazes de transmitir a Rickettsia Anaplasma marginale. O vetor mais comumente encontrado é o Rhipicephalus “Boophilus” microplus, carrapato monoxeno, específico para bovinos. Portanto, podemos considerar que essa bactéria, uma das responsáveis pela Tristeza Parasitária Bovina (TPB), é quase sempre encontrada nesse hospedeiro. Este documento relata a presença de DNA de A. marginale em DNA total extraído de sangue de uma ovelha da raça Santa Inês, que se encontrava, juntamente com seu rebanho, infestada naturalmente por R. microplus, em pasto pertencente à Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS. Por esse motivo, levantou-se a suspeita de esses ovinos terem tido contato com os agentes da TPB, Babesia bovis e Anaplasma marginale. Para investigar a suspeita, foi colhido sangue dos 12 animais que pertenciam ao rebanho, por via jugular, com volume total de três mililitros por animal, em tubos contendo 300 microlitros de citrato de sódio a 104 mmol/L, para a extração de DNA. Para a extração, foi utilizado o kit DNAzol (Invitrogen ®) para 100 microlitros de sangue por animal. Foram feitas reações de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para Babesia spp, com os primers KB-16 e KB-17, e para A. marginale, com os primers Ana-F e Ana-R (Echaide et al., 1998, Gerrero et al., 2007). Os produtos das PCRs foram corridos em gel de 1,5% de agarose com brometo de etídeo. Apesar de os esfregaços sanguíneos de sangue periférico não terem sugerido TPB nesses ovinos, a PCR confirmou a presença de A. marginale em uma ovelha, que morreu sob sinais de fotossensibilização. A transmissão foi fortemente associada à presença de R. microplus parasitando esses animais, o que indica que este carrapato pode também transmitir agentes da TPB em ovinos. Mais estudos precisam ser realizados para investigar a patogenicidade da TPB em ovinos. |