CARYOSPORA BIGENETICA (APICOMPLEXA: EIMERIIDAE) NA AMÉRICA DO SUL: REGISTRO DE NOVOS HOSPEDEIROS E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Autor(es): LÚCIO ANDRÉ VIANA DIAS, KAMILLA MECCHI, LEONARDO FRANÇA DO NASCIMENTO, HEITOR MIRAGLIA HERRERA, PAULA HELENA SANTARITA, MARCOS TOBIAS DE SANTANA MIGLIONICO, RHAIZA GAMA ESTEVES, ANIBAL RAFAEL MELGAREJO GIMENEZ, FERNANDO PAIVA
CARYOSPORA BIGENETICA (APICOMPLEXA: EIMERIIDAE) NA AMéRICA DO SUL: REGISTRO DE NOVOS HOSPEDEIROS E DISTRIBUIçãO GEOGRáFICA
» Área de pesquisa: PROTOZOOLOGIA
» Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
» Agência de fomento e patrocinadores: FUNDAÇÃO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DO ENSINO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL (FUNDECT)
O coccídio Caryospora bigenetica foi descrito na serpente Crotalus horridus (Viperidae) nos EUA em 1982, e sua distribuição geográfica restrita a aquele país. No Brasil, a família Viperidae compreende 36 taxons distribuídos entre os gêneros Bothrops, Crotalus, Bothrocophias e Lachesis. A única espécie de coccídio descrito no país dentro desta família é Caryospora jararacae em B. jararaca e B. atrox. O presente trabalho trata do primeiro registro da ocorrência de C. bigenetica em serpentes na América do Sul. As amostragens foram realizadas nos meses de novembro de 2013 a Maio de 2014. Foram examinadas amostras de 214 serpentes, pertencentes a 10 espécies do estado do Mato Grosso do Sul (MS) e 42 serpentes, de oito espécies, mantidas no Instituto Vital Brazil, estado do Rio de Janeiro (RJ). O método de exame foi centrifugo-flutuação em solução saturada de açúcar. Oocistos de Caryospora bigenetica foram encontrados em 12 animais (5.6%) de MS: 10 Bothrops moojenie e duas Crotalus durissus. Nas serpentes do RJ foi constatada infecção pelo mesmo coccídio em um exemplar de Crotalus durissus e uma Bothrops jararacussu, todas pertencentes a família Viperidae. Os oocistos foram esféricos, com parede dupla, ≈1.0, sendo a externa levemente mamilonada, e com estriações transversais, C x L (N = 30): 13.0 (12 – 14); C/L 1.0; micropila e resíduo do oocisto ausente. Grânulo polar junto a parede interna. Esporocisto oval C x L (N = 30): 10.0 x 8.0 (11 – 9 x 8 – 9); C/L: 1.3; Corpo de Stieda discóide; Sub Stieda presente; Resíduo do esporocisto presente, formado por um grupo corpos esferóides entre os esporozoítos. O presente estudo expande o número de hospedeiros viperídeos infectados por C. bigenetica e aumenta a distribuição geográfica desse protozoário para a América do Sul, especificamente para as regiões centro-oeste e sudeste do Brasil.