TOXOPLASMA GONDII EM MAMÍFEROS SILVESTRES CAPTURADOS NO PARQUE NACIONAL DA SERRA DAS CONFUSÕES, PIAUÍ
Autor(es): Andreina de Carvalho Araújo, Maíra Freitas Guimarães, Dália Monique Ribeiro Machado, Arlei Marcili, Hilda Fátima de Jesus Pena, Marcelo Bahia Labruna, Mauricio Claudio Horta |
O Parque Nacional da Serra das Confusões (PNSC), localizado ao sul do estado do Piauí, abrange uma área de 526.106 ha com bioma predominantemente de Caatinga, clima semiárido e estado primitivo de conservação. Toxoplasma gondii é um protozoário de distribuição mundial que acomete diversas espécies de aves e mamíferos, inclusive o homem. A toxoplasmose representa uma das zoonoses mais difundidas em todo o mundo. O presente estudo objetivou detectar a presença de anticorpos anti-T. gondii em amostras de soro de roedores e marsupiais capturados no PNSC. A captura dos animais foi realizada entre janeiro e outubro de 2013, com a utilização de armadilhas Tomahawk e Sherman e busca ativa. Amostras de sangue de 75 animais foram obtidas por meio de punção intracardíaca e/ou intracaudal, sendo 63 Rodentia: Thrichomys apereoides (51), Galea spixii (3), Kerodon rupestris (3) e Rhipidomys sp (6); 10 Marsupialia: Monodelphis domestica (9) e Gracilinanus agilis (1), e 2 Xenarthra: Tolypeutes tricinctus (1) e Tamandua tetradactyla (1). Após centrifugação, os soros obtidos foram submetidos ao Teste de Aglutinação Modificado (MAT), para detecção de anticorpos anti-T. gondii. Foram consideradas reagentes as amostras com títulos ≥ 25. Aproximadamente 5,5% dos indivíduos testados (4/75) mostraram-se sororreagentes, sendo: 3,9% Thrichomys apereroides (2/51) e 66,7% Galea spixii (1/3), apresentando títulos de 25 e 11,1% Monodelphis domestica (1/9), apresentando título de 500. O presente trabalho relata, pela primeira vez, a presença de anticorpos anti-T. gondii em mamíferos selvagens no PNSC, localizado dentro de uma área preservada do bioma Caatinga, no semiárido nordestino. A baixa ocorrência verificada nos animais pode sugerir uma disseminação baixa de T. gondii entre as diferentes espécies animais residentes no Parque. Novos estudos sorológicos e de isolamento devem ser realizados para o entendimento da epidemiologia desse agente na área estudada. |