HAEMOGREGARINA SP. (APICOMPLEXA: HAEMOGREGARINIDAE) EM UMA POPULAÇÃO SILVESTRE DO QUELÔNIO PODOCNEMIS UNIFILIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Autor(es): PRISCILLA SOARES DOS SANTOS, ELIZÂNGELA SILVA DE BRITO, FERNANDO PAIVA, DANTE PAVAN, LÚCIO ANDRÉ VIANA
HAEMOGREGARINA SP. (APICOMPLEXA: HAEMOGREGARINIDAE) EM UMA POPULAçãO SILVESTRE DO QUELôNIO PODOCNEMIS UNIFILIS NA AMAZôNIA BRASILEIRA
» Área de pesquisa: PROTOZOOLOGIA
» Instituição: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
» Agência de fomento e patrocinadores:
No Brasil ocorrem 36 espécies de quelônios, entretanto, para o grupo existem somente cinco registros da presença de hemoparasitos do Sub-Filo Apicomplexa no país. Os parasitos maláricos Haemoproteus peltocephali e H. geochelonis foram descritos respectivamente em Peltocephalus dumerilianus e Geochelone denticulata. Além disso, hemogregarinas ainda não descritas foram registradas em G. denticulata do estado do Pará, em Podocnemys expansa no estado do Tocantins e em Phrynops geoffroanus no estado de Minas Gerais. Durante a procura por hemoparasitos em uma população silvestre do quelônio de água doce P. unifilis na região da Amazônia brasileira foi constatada a presença de hemogregarinas. Assim, o presente estudo teve como objetivos (i) caracterizar a morfologia das formas parasitárias encontradas; (ii) descrever a prevalência e intensidade destes hemoparasitos; e (iii) verificar possíveis relações entre o parasitismo e variáveis biológicas dos hospedeiros, tais como sexo, tamanho e peso. As amostragens foram realizadas nos rios Tapajós e Jamanxim, município de Itaituba, Estado do Pará, Brasil. Através de punção da veia caudal foi coletado sangue de 72 exemplares de P. unifilis, 35 machos e 36 fêmeas e um jovem não sexado. A prevalência de Haemogregarina sp. foi de 98% (n= 71). As formas parasitárias foram merontes, macrogametócitos e microgametócitos intraeritrocitários. A intensidade parasitária média de Haemogregarina sp. foi de 118 (1 – 582) parasitos/2.000 células sanguíneas (=6%). Não houve diferença estatística significante entre quelônios machos (137.68 ± 121.8; n = 35) e fêmeas (101.42 ± 123.59; n = 35). Não houve relação entre a intensidade parasitária e comprimento dos hospedeiros (p = 0.007; R² = 0.101). Embora arelação entre intensidade parasitária e massa dos hospedeiros tenha sido significativa, a relação foi fraca (p = 0.005; R² = 0.109). Este é o primeiro estudo sobre o parasitismo por hemogregarinas com um número relativamente alto de quelônios no Brasil.