RICKETTSIA E COXIELLA EM MAMÍFEROS SILVESTRES E RUMINANTES, PARQUE NACIONAL DA SERRA DAS CONFUSÕES, PI
Autor(es): MAÍRA FREITAS GUIMARÃES, ANDREINA DE CARVALHO ARAÚJO, JONAS MORAES FILHO, DÁLIA MONIQUE R. MACHADO, DAVI PEREIRA FREIRE, NARA NAGLE VIEIRA GONÇALVES MATOS, ARLEI MARCILI, MARCELO BAHIA LABRUNA, MAURICIO CLAUDIO HORTA |
As enfermidades causadas por bactérias dos gêneros Rickettsia e Coxiella são transmitidas por artrópodes hematófagos, aos animais e ao homem, com grande impacto na medicina veterinária e humana. O presente estudo objetivou determinar a ocorrência de anticorpos anti-Rickettsia spp e anti-Coxiella burnetii em pequenos mamíferos silvestres, ovinos e caprinos na região do Parque Nacional da Serra das Confusões (PNSC), localizado ao sul do estado do Piauí. Entre janeiro e dezembro de 2013, foram coletadas amostras sanguíneas de 63 roedores: Thrichomys apereoides (51), Galea spixii (3), Kerodon rupestris (3) e Rhipidomys sp (6); 10 marsupiais: Monodelphis domestica (9) e Gracilinanus agilis (1); 202 caprinos; e 153 ovinos. Os soros obtidos a partir dessas amostras foram testados pela reação de imunofluorescência indireta (RIFI) frente a duas espécies de Rickettsia do Grupo da Febre Maculosa (GFM): R. rickettsii e R. amblyommmii, assim como para C. burnetii, utilizando-se conjugados específicos para cada espécie, sendo consideradas positivas amostras com títulos ≥ 64. A soropositividade para R. rickettsii foi verificada em 7,8% T. apereoides (4/51), 33,3% G. spixii (1/3) e 16,6% Rhipidomys sp (1/6); e para R. amblyommii:. 3,9% T. apereoides (2/51), 33,3% G. spixii (33,3%,1/3) e 16,6% Rhipidomys sp (1/6). Para ambos os antígenos, os títulos variaram de 64 a 128. Na avaliação sorológica das amostras de caprinos e ovinos não houve reação para os antígenos de Rickettsia spp testados. A soropositividade para C. burnetii foi verificada somente em ovinos, apresentando uma taxa de infecção de 1,9% (3/153), com títulos variando de 64 a 4.196. Estes resultados confirmam a circulação de agentes riquetsiais em roedores silvestres no PNSC e relata pela primeira vez nesta região do Brasil a presença de infecção indireta de C. burnetti pela presença de anticorpos em ovinos. |