PARASITISMO POR DIPETALONEMA SP. EM OURIÇO-CACHEIRO (COENDOU VILLOSUS) NA MESORREGIÃO SERRANA DE SANTA CATARINA
Autor(es): Cristiane Parisotto, Alexandre de Oliveira Tavela, Ana Paula Remor Sebolt, Danielle Lorenzi Gerber, Rhaona Odorizzi, Letícia Cordeiro, Mariana Besen, Lúvia de Sá |
O ouriço-cacheiro (Coendou villosus) é um animal de hábitos semi-arborícolas que pode ser encontrado em florestas tropicais, áreas agrícolas e zonas peri-urbanas da América do sul. Seu período de maior atividade é o noturno, alimentando-se de insetos, ovos de aves, pequenos anfíbios e frutos. A cabeça e o ventre são recobertos por pelos, enquanto que a porção dorsal é recoberta por espinhos, que conferem ao ouriço-cacheiro sua coloração amarelada característica. Atualmente esta espécie é citada nas listas vermelhas como “Vulnerável” a extinção, sendo que suas principais ameaças são a perda de habitat, atropelamentos, predação por cães domésticos, tráfico de animais, caça e expansão da população de patógenos nos habitats. Objetivou-se relatar o parasitismo pelo filarídeo Dipetalonema sp. em um exemplar de ouriço-cacheiro atropelado, encontrado as margens da Rodovia Ulysses Gaboardi no município de Curitibanos, mesorregião serrana de Santa Catarina. A carcaça do animal foi recolhida em examinada no laboratório de Parasitologia do Campus Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina. Foram encontrados 8 exemplares de nematoides ainda vivos na cavidade abdominal do animal, os quais retirados e conservados em formol a 10%. Após exame acurado, identificou-se que se tratava do gênero Dipetalonema sp., sendo 5 exemplares fêmeas, medindo entre 5,5 e 8 cm e 3 machos, medindo entre 3 e 3,5 centímetros. Não foi observada reação inflamatória associada ao parasitismo nem danos nos órgãos da cavidade abdominal. Estudos acerca da epidemiologia das infecções parasitárias em animais silvestres atropelados ou de vida livre podem auxiliar no conhecimento e, consequentemente, a preservação da fauna. Dipetalonema sp. é transmitida por dípteros hematófagos e tem maior prevalência em cães. No animal estudado não se relacionou com o óbito, apenas sendo indicada como achado necroscópico.
Palavras-chave: Dipetalonema sp., ouriço-cacheiro, Mesorregião Serrana Catarinense. |