INQUÉRITO SOROLÓGICO CANINO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE PETROLINA, PE
Autor(es): Anna Maria da Cruz Ferreira Evaristo, Andreina de Carvalho Araujo, Andréa Pereira da Costa, Nara Nagle Vieira Gonçalves Matos, Ivo Wesley Gomes da Silva, Naylla Mayana dos Santos, Arlei Marcili, Mauricio Claudio Horta |
A Leishmaniose Visceral (LV) é um grande problema de saúde pública no Brasil, representando um complexo de enfermidades com ampla diversidade clínica e epidemiológica. A região nordeste concentra a maioria dos casos, sendo os cães importantes reservatórios de Leishmania spp no ambiente doméstico. Nesse contexto, o estudo objetivou realizar um inquérito sorológico em cães domiciliados provenientes de áreas urbanas do município de Petrolina, Pernambuco, considerado uma área endêmica para LV; e avaliar os fatores epidemiológicos associados à soropositividade canina à Leishmania infantum chagasi. Amostras sanguíneas foram colhidas de 374 cães de 24 bairros, processadas para obtenção do soro, e examinadas através da reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para detecção de anticorpos IgG anti-L. infantum chagasi. Foram consideradas reagentes as amostras com títulos ≥ 1:40. Os animais foram submetidos ao exame físico e classificados de acordo com as manifestações clínicas em assintomáticos e sintomáticos. Um questionário foi aplicado aos proprietários dos animais, visando obter informações inerentes aos cães e seu habitat. A prevalência de cães soropositivos para L. infantum chagasi foi de 8,3% (31/374). Os títulos de anticorpos verificados foram de 80 (1 cão), 160 (5), e 320 (3). De acordo com avaliação física, 24% (91/374) dos animais apresentavam sintomatologia compatível com a doença; sendo que destes, 25,2% (23/91) apresentaram lesões de pele, 23% (21/91) onicogrifose, 11% (10/91) caquexia, e 27,4% (25/91) alopecia. Dos animais sororreagentes apenas 12,9% (4/31) apresentavam-se sintomáticos; 16,1% (5/31) vivem em residências com presença de áreas verdes; 25,8% (8/31) tem acesso à rua; 45,1% (14/31) tem contato com outros animais. O inquérito sorológico e a observação dos achados clínicos nos cães da zona urbana de Petrolina demonstram uma prevalência sorológica compatível com a casuística humana no município estudado. Novos estudos são necessários para contribuir com o conhecimento da epidemiologia da doença na região. |