A diversidade parasitária é referência para o estudo do processo coevolutivo entre hospedeiros e parasitas, assim como mudanças ambientais que interferem nas espécies animais. Mudanças ambientais geram influências diretas na proliferação e aparecimento de enfermidades parasitárias zoonóticas. Exames laboratoriais são ferramentas importantes na prevenção e diagnóstico de enfermidadas que acometem animais silvestres, servindo também como forma de bioindicador da qualidade ambiental, considerando sua influencia na biologia e ecologia dos organimos viventes. Este trabalho foi realizado visando montar um levantamento dos resultados obtidos através de exames coproparasitológicos realizados com amostras fecais de mamíferos, durante atendimentos rotineiros do SAAS - Serviço de Atendimento de Animais Selvagens da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Guarapuava, Paraná). Foram recolhidas amostras fecais de sete espécies atendidas durante os anos de 2012 a 2014: Mazama gouazoubira (11 indivíduos), Nasua nasua (3 indivíduos), Puma concolor (3 indivíduos), Coendou villosus (2 indivíduos), Cebus apela (5 indivíduos), Alouatta guariba (2 indivíduos), Procyon cancrivorus (1 indivíduo). Todas as amostras foram submetidas aos exames coproparasitológicos de flutuação (técnica de Willis) e Sedimentação. Nas amostras positivos dos mamíferos do SAAS foram encontrados os seguintes parasitas: Strongylidae (em todas as espécies animais amostradas), Trichuris sp. (Nasua nasua, Puma concolor), Dipylidium caninum (Nasua nasua), Oxyuridae (Alouatta guariba), Taenia sp. (Puma concolor) e Coccídeos (Nasua nasua). O quati (Nasua nasua) foi a espécie com a maior variedade parasitária encontrada. Tal fato possui relevância quando analisamos a grande distribuição geográfica do quati e a sua proximidade a humanos, inclusive criados como animais de estimação por alguns povos indígenas, refletindo o alto potencial zoonótico dessa espécie. O veado-cantigueiro (Mazama gouazoubira) foi a espécie mais amostrada. O resultado das analises fecais de tal espécie demonstraram a prevalência da ocorrência de estrongilídeos capazes de infectar ruminantes domésticos, e vice versa, demonstrando o potencial disseminador do veado-catingueiro. |