PREVALÊNCIA DA TOXOPLASMOSE EM TRABALHADORES RURAIS DO OESTE DO PARANÁ, BRASIL
Autor(es): FERNANDA EVERS, LAURA HELENA FRANÇA DE BARROS BITTENCOURT, ITALMAR TEODORICO NAVARRO, ROBERTA LEMOS FREIRE, KATIA ANDREA LIBARDI , MARIVONE VALENTIM ZABOTT |
A criação suinícola paranaense abrange mais de 20 mil criadores que empregam diretamente mais de 40 mil trabalhadores rurais. O estreito contato entre homem e animal pode favorecer a disseminação de agentes patogênicos. As doenças infecciosas ocupacionais dependem das condições em que o trabalho é executado e do tipo de exposição que favorece o contato, o contágio ou a transmissão. A infecção pelo Toxoplasma gondii é comum no homem, mas 80% dos casos se apresentam como assintomáticos e as manifestações clínicas dependem de fatores como a resposta imune do hospedeiro e a virulência da cepa. No Brasil, as prevalências variam conforme a região. Essa variabilidade está relacionada a fatores, como padrões culturais, hábitos alimentares, idade, residência em área urbana ou rural. Nesse trabalho foi avaliada a exposição ao agente da toxoplasmose, trabalhadores e possíveis contactantes de granjas suinícolas dos municípios de Palotina, Maripá e Nova Santa Rosa, no oeste do Paraná. Entre julho de 2012 e julho de 2013, foram coletadas 410 amostras de sangue para a pesquisa de anticorpos anti–T. gondii pela Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), sendo considerados reagentes os títulos iguais ou superiores a 16. Das 410 amostras de soro analisadas das 140 propriedades dos três municípios estudados, 228 (55,6%) apresentaram reatividade. Em Palotina, das 76 amostras de indivíduos de 19 propriedades diferentes, a positividade foi observada em 47 (61,8%). Em Maripá, das 102 amostras de indivíduos de 30 propriedades, 49 amostras (48%) apresentaram resultado reagente e em Nova Santa Rosa, das 232 amostras de indivíduos de 91 propriedades, 132 (56,2%) apresentaram reatividade. Os resultados obtidos demonstram que essa população está exposta ao agente da toxoplasmose, mostrando a necessidade da adoção de medidas de prevenção. Apontam também a necessidade de se efetuar mais estudos na zona rural sobre a saúde da população exposta aos agentes zoonóticos. |