Cisticercose e hidatidose são doenças de distribuição cosmopolita, potencialmente zoonóticas diagnosticadas na inspeção post mortem de abatedouros e frigoríficos, apresentando problemas à saúde pública e grandes perdas econômicas pela condenação de vísceras e carcaças. Apesar de serem doenças distintas, nos registros e na rotina dos estabelecimentos durante a inspeção é comum ocorrer o confundimento quanto à identificação da forma larval das duas enfermidades devido semelhanças morfológicas entre os metacestodos, já que ambos se apresentam em forma de cistos. Objetivou-se avaliar dados de abate referentes à cisticercose e hidatidose em bovinos, de acordo com o local de parasitismo, no período de 2009 a 2013 no estado do Espírito Santo sob a égide do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Neste estudo foram utilizados os dados de condenação de bovinos abatidos em estabelecimentos registrados no SIF, por meio do sistema de Informações do Serviço de Inspeção Federal disponíveis “on line” no site do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Durante o período estudado foi encontrado prevalência de 3,64% para a cisticercose, diagnosticada na musculatura, porém incluindo casos no fígado e pulmão (0,23 e 0,04%, respectivamente). Para a hidatidose a prevalência foi de 0,10%, com cistos parasitando fígado (0,04%) e pulmão (0,06%), sendo também relatada a cabeça com 32 casos no ano de 2011. A literatura cita que o local de parasitismo pela cisticercose é preferencialmente a fixação do Cysticercus bovis na musculatura cardíaca e estriada, do Cysticercus tenuicollis nas serosas de figado e baço e os cistos hidáticos em pulmão e fígado. A identificação correta dos cisticercos é importante para os estudos epidemiológicos, além do correto julgamento das carcaças pelo serviço de inspeção que com esta conduta previnem a infecção no homem, resguarda a saúde pública e reduz os prejuízos econômicos, assegurando a qualidade e sanidade. |