A sarcocistose é uma importante doença parasitária, considerada uma zoonose emergente, que pode envolver vertebrados com maior importância para animais de produção. Coccídios do gênero Sarcocystis possuem estreita relação entre o predador ou hospedeiro definitivo, carnívoros e/ou onívoros, em especial cães e gatos, e como presa, hospedeiros intermediários, vertebrados que alberguem cistos infectantes. Estudos recentes sobre a presença de esporocistos de Sarcocystis têm sido observados, porém poucos relatados. Cães quando alimentados com carne crua contendo cistos do parasito, comumente apresentam evolução subclínica, mesmo eliminando grande quantidade de cistos nas fezes. Os sinais clínicos quando ocorrem, são observados no trato gastrintestinal associados a outros fatores intercorrentes. Um cão macho, com 11 anos de idade, foi atendido no CTI Veterinário, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, com histórico de diarréia fétida de cor marrom com estrias de sangue, vômito, flatulência, prostração, apatia, dor abdominal, dispnéia. Foram coletadas amostras de sangue com e sem anticoagulante para a realização de hemograma completo e dosagens bioquímicas, assim como amostras fecais as quais foram submetidas à técnica de centrífugo-flutuação com solução saturada de sacarose. A avaliação hematológica demonstrou a presença de anemia discreta caracterizada como normocítica hipocrômica, eosinopenia, linfopenia, neutrofilia com desvio nuclear de neutrófilos a esquerda discreto regenerativo e nas dosagens bioquímicas observou-se apenas hipoproteinemia. No exame parasitológico das fezes foi observado apenas a presença de esporocistos de Sarcocystis. O presente trabalho assinala a importância no diagnóstico da presença de esporocistos de Sarcocystis nas fezes do cão com manifestações gastrintestinais e com hábito de ingerir carne crua na dieta alimentar de rotina, evidenciando assim a falta de cuidado quando se solicita a retirada de carne crua na dieta do animal.
Palavras-chave: Sarcocystis, cães, enterite
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