CREPIDOBOTHRIUM SP.(CESTODA: PROTEOCEPHALLIDAE) EM EUNECTES MURINUS(SERPENTES: BOIDAE) DA FLONA DE CAXIUANÃ, PARÁ, BRASIL
Autor(es): Yuri Willkens de Oliveira Costa, Ericks Sousa Soares, Francisco Tiago de Vasconcelos Melo, Jeannie Nascimento dos Santos, Gleomar Fabiano Maschio |
Eunectes murinus distribui-se pela Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil (Amazônia e seus limites no Maranhão e Brasil Central). De hábito eurifágico, forrageia ativamente durante o dia, próximo ou no interior de igarapés e alagados, em busca de peixes, lagartos, outras serpentes e aves. Os cestódeos da família Proteocephallidae La Rue, 1911 são os mais frequentemente encontrados parasitando serpentes no mundo. Dentre os gêneros encontrados nesta família, Crepidobothrium Monticelli, 1900 apresenta sete espécies parasitas de serpentes na América do Sul. O presente estudo tem como objetivo descrever a morfologia de cestódeos parasitas de intestino delgado da sucuri Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) da Amazônia Oriental Brasileira. Durante levantamento helmintológico em anfíbios e répteis, realizado no mês de Março de 2014, na Floresta Nacional (FLONA) de Caxiuanã, municípios de Melgaço e Portel, no Estado do Pará, um espécime jovem de E. murinus foi capturado e necropsiado para busca de helmintos. Os cestódeos encontrados foram coletados, limpos em solução salina, fixados em água destilada aquecida, sendo que alguns espécimes desses helmintos foram fixados em Álcool 70% e outros em formalina 10%. Os espécimes fixados em formalina 10% foram corados com Carmin Acético de Semichon, desidratados e clarificados em salicilato de metila, para montagem de lâminas permanentes e posterior análise em Microscópio de luz Olympus BX41. Os cestódeos encontrados apresentam escólice contendo órgão apical vestigial, quatro ventosas desenvolvidas com um notável entalhe na margem posterior (em forma de coração), pescoço longo, segmentação distinta, testículos divididos em dois campos, poros genitais alternando irregularmente, ovário posterior e bilobado, vitelária no córtex marginal e útero mediano. Os parasitas encontrados no presente estudo possuem caracteres morfológicos que nos permitem classificá-los como pertencentes ao gênero Crepidobothrium; no entanto, ainda serão necessários estudos morfológicos, morfométricos e análises por biologia molecular para a completa identificação da espécie. |