Os recentes surtos da mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) em gado de corte têm demandado novas abordagens de controle. Este estudo objetivou desenvolver uma metodologia para uso em bioensaios com formas imaturas deste parasito. Foram utilizados ovos provenientes de colônia mantida na Embrapa Gado de Corte e meio de criação originalmente composto por cana-de-açúcar triturada (330 g), farelo de trigo (125 g), farinha de carne (50 g), bicarbonato de sódio (5 g) e água (125 ml). Experimentos-piloto foram realizados em potes plásticos (500 g) contendo 100 g deste meio, com seis repetições, mantidos em ambiente controlado (27±2°C e 70±10% UR). O farelo de trigo foi substituído por farelo de soja e o volume de água foi duplicado, resultando em maior eclosão e desenvolvimento larvar. Antes da inoculação dos ovos, o meio foi maturado por 72 h (em recipiente plástico coberto com organza) para evitar problemas relativos ao aumento da temperatura devido à fermentação. Em cada pote, 50 ovos foram colocados em papel de filtro (3 x 3 cm) em contato com uma porção de fezes bovinas (15 g) posto sobre o meio. Este procedimento forneceu adequada umidade para a eclosão e permitiu determinar a taxa de eclosão, com auxílio de microscópio estereoscópico, após 72h, fornecendo o número de larvas presentes no meio. No 4° dia, foi adicionada água (5 ml) ao meio, para manutenção da umidade. A coleta as pupas, por flotação, foi realizada por volta do 13° dia após deposição dos ovos. Esta metodologia resultou em elevadas taxas de eclosão (86,3%-89,6%), pupação (87,4%-90,3%) e emergência (84,3%-88,2%), as duas últimas em relação ao número de larvas. Apesar de preliminar e com ajustes em andamento, esta metodologia se mostra adequada à condução de bioensaios para avaliação de inseticidas químicos e biológicos em imaturos de S. calcitrans. |