ANAIS 2014
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO, BA
Autor(es): Mariana Campos Fontalvo, Andreina de Carvalho Araújo, Laís Ferrari dos Santos, Carlos Dornels, Maurício Claudio Horta

PERFIL EPIDEMIOLóGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNICíPIO DE JUAZEIRO, BA
» Área de pesquisa: DOENÇAS VETORIAIS
» Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
» Agência de fomento e patrocinadores: FACEPE; CAPES; CNPq.
A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose causada por Leishmania (Leishmania) infantum chagasi, sendo endêmica em toda a região nordeste do Brasil. O presente estudo teve como objetivo relatar a incidência e perfil epidemiológico dos casos de LV em humanos, com base nos casos notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) pela Secretaria Municipal de Saúde. Foram analisados os 169 casos notificados de munícipes de Juazeiro/BA no período compreendido entre Janeiro de 2007 a Dezembro de 2013. Foram considerados como fatores para traçar o perfil epidemiológico da LV: zona de residência (urbana ou rural), faixa etária, sexo, e escolaridade dos pacientes. A incidência de LV em pessoas residentes na zona urbana representou 83,4% (141/169) dos casos. Adultos entre 20 a 39 anos apresentaram-se como a faixa etária mais acometida, correspondendo a 40,8% (69/169) das notificações no período. A enfermidade manifestou-se mais frequentemente em pessoas do sexo masculino, com 60% (101/169) dos casos notificados. Dentre os pacientes com idade igual ou superior a 20 anos, 63,6% (63/99) não chegaram a concluir o ensino fundamental, sendo que deste total, 10,1% (10/99) eram analfabetos. Os casos notificados que tiveram confirmação diagnóstica, seja por critérios clínicos-epidemiológicos ou laboratoriais, representaram 51% (86/169) do total de notificações do período. A evolução para óbito desencadeado por complicações da doença foi constatada em 5,8% (5/86) dos pacientes. O presente estudo confirma o caráter de urbanização da LV em Juazeiro, BA. Avaliando-se tal característica em conjunto com a baixa escolaridade da maioria dos pacientes, pode-se associar este incremento de casos urbanos em detrimento aos casos rurais com o crescimento desordenado relacionado à provável ocupação irregular de áreas periurbanas.