Em aves silvestres, os hemoparasitos podem afetar aspectos como forrageio, reprodução e vitalidade, sendo que estas aves constituem-se ainda, em hospedeiros reservatórios, sendo esta condição crítica em áreas onde aves silvestres convivem com espécies domésticas. Objetivou-se verificar a prevalência e parasitemia de hemoparasitos em aves silvestres da zona rural do Município de Chácara, Minas Gerais. Foram capturadas, por meio de rede de neblina, 81 aves pertencentes a 11 famílias (Columbidae, Furnariidae, Hirundinidae, Icteridae, Mimidae, Passerellidae, Psittacidae, Thraupidae, Turdidae, Tyrannidae e Vireonidae). Amostras de sangue foram obtidas por punção da veia braquial para se obter esfregaços sanguíneos. As análises foram feitas em microscópio fotônico em aumento de 1000x totalizando 100 campos. Dos indivíduos analisados, 85,19% estavam parasitados, sendo que destes, 83,95% estavam parasitados por Plasmodium sp., cuja forma evolutiva predominante foi a de trofozoíto. Haemoproteus sp. foi observado em 6,17 %, principalmente em Columbídeos. Foram encontrados ainda Trypanosoma (3,7%) e microfilárias (2,4%). A única família de aves que não apresentou parasitos foi Hirundinidae. Com 91,6% dos indivíduos infectados, a espécie Turdus rufiventris apresentou a maior parasitemia média 0,16% (DP ± 0,17). O gênero Plasmodium apresentou expressiva prevalência comparada a outros trabalhos semelhantes no Brasil, principalmente para Sporophila caerulescens, Sicalis flaveola e Columbina talpacoti, espécies com hábito gregário, que se alimentam junto ao solo com aves domésticas, podendo servir de reservatórios em áreas rurais. Considerando as sérias implicações que a malária aviária pode apresentar para aves silvestres e de interesse comercial, é fundamental o entendimento da dinâmica entre parasitos e hospedeiros.
Palavras-Chave: Avifauna; Haemoproteus; Hospedeiros reservatórios; Malária aviária; Plasmodium;
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