O estudo objetivou identificar alterações hematológicas em ovelhas após a inseminação artificial (IA) com sêmen infectado experimentalmente com taquizoítos de Toxoplasma gondii. Utilizaram-se cinco ovelhas soronegativas para T. gondii por meio do teste de aglutinação modificado - MAT. Previamente ao protocolo hormonal, foram coletadas amostras sanguíneas para hematologia (D0). As fêmeas tiveram o cio sincronizado para a realização da IA intrauterina com sêmen congelado infectado com 4x107 taquizoítos da CEPA-RH (não cistogênica) de T. gondii. Foram realizadas duas IA (D15 e D16) com 50 milhões espermatozoides cada. A segunda análise hematológica foi realizada dois dias após a IA (D18). Todas as fêmeas foram avaliadas quanto a transmissão sexual (-14, -7, 0 e semanalmente até 53 dias da IA) por meio do MAT. As variáveis (antes e após a infecção pela IA) foram testadas pela Análise de Variância - ANOVA e pelo teste de Tukey (P<0,05). A soroconversão das fêmeas foi detectada sete dias após a IA. Com exceção do HCM, todos os valores obtidos da série vermelha situaram-se dentro dos valores de referência para a espécie. Já na série branca, com exceção dos valores absolutos de eosinófilos, todos os dados superaram os valores de referência no período pós-infecção. As proteínas plasmáticas totais também estavam aumentadas em ambos os tempos de estudo. Salvo o CHCM (D0: 32,0±0,6; D18: 33,0±0,7), todas as variáveis da série vermelha não diferiram entre o período estudado. A plaquetometria diminuiu no D18 (316,0±100) comparado ao D0 (469,0±84). Observou-se leucocitose no período pós-infecção (D0: 10,3±3,6; D18: 39,4±22,6) de origem neutrofílica (D0: 3,0±1,0; D18: 12,4±8,7) e linfocítica (D0: 6,6±2,3; D18: 24,0±13,0). Não houve alteração na relação neutrófilo/linfócito (0,47±0,2). Conclui-se que a inseminação intrauterina de ovelhas com sêmen congelado e infectado com taquizoítos de T. gondii causou a soroconversão das fêmeas e estas desenvolveram uma resposta hematológica de leucocitose neutrofilica linfocítica. |