OBTENÇÃO DE NINFAS DE QUADRASETA BRASILIENSIS E KYMOCTA BRASILIENSIS (TROMBIDIFORMES: TROMBICULIDAE) EM LABORATÓRIO
Autor(es): Ricardo Bassini-Silva, Fernando de Castro Jacinavicius, Diego Garcia Ramirez, Valéria Castilho Onofrio, Darci Moraes Barros-Battesti
OBTENçãO DE NINFAS DE QUADRASETA BRASILIENSIS E KYMOCTA BRASILIENSIS (TROMBIDIFORMES: TROMBICULIDAE) EM LABORATóRIO
» Área de pesquisa: ACAROLOGIA
» Instituição: Laboratório Especial de Coleções Zoológicas, Instituto Butantan, São Paulo, SP
» Agência de fomento e patrocinadores: FAPESP, CNPq, CAPES
Os estudos taxônomicos com trombiculideos iniciaram no começo do século XX. O ciclo biológico desses ácaros compreende 7 estágios de desenvolvimento: ovo, pré-larva ou deutovo, larva, protoninfa, deutoninfa, tritoninfa e adultos. Somente as fases de larva, deutoninfa e adultos são ativas enquanto que as demais são quiescentes. Das fases ativas, a larval é a única ectoparasita de vertebrados, sendo as outras predadoras de outros artrópodes. A larva infectada pode transmitir o patógeno para os estágios seguintes e gerações subsequentes (transmissão transestadial e transovariana). Toda a taxonomia dos trombiculídeos foi baseada principalmente na fase larval devido à importância médico-veterinária. Os outros estágios, por sua heteromorfia e hábitos predatórios nas fases de vida livre, são ainda desconhecidos para a maioria das espécies já descritas. Neste estudo apresentamos a padronização da técnica de criação de trombiculídeos coletados de roedores do Brasil, assim como novos dados da biologia para estes ácaros. Durante coletas de pequenos mamíferos nas regiões de Cotia/SP e Itapevi/SP (projetos FAPESP e CNPq), roedores e marsupiais foram encontrados parasitados com larvas ingurgitadas tanto na parede interna da orelha como nas cavidades nasais. Amostras destas larvas coletadas foram montadas em lâminas para identificação morfológica. O restante foi acondicionado em placas de Petri contendo fundo preenchido com mistura de gesso e carvão ativo (1:1). Observou-se o desenvolvimento das larvas até ninfa. As ninfas foram alimentadas com ovos de colêmbola. Voucher do material foi depositado na Coleção Acarológica do Instituto Butantan. As larvas foram identificadas como Quadraseta brasiliensis e Kymocta brasiliensis. Este é o primeiro registro de observação de ninfas de trombiculideos provenientes de colônia de laboratório, para espécies ocorrentes no Brasil.